O mercado de boi gordo se deparou com preços em alta no decorrer da semana. De acordo com o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, o ambiente de negócios sugere pela continuidade deste movimento no curto prazo.
Isso porque a atual posição das escalas de abate segue na pior posição da atual temporada. “Além disso, o mercado está pautado por uma demanda extremamente aquecida, em especial para a exportação”.
As escalas de abate nesta semana giram em torno de sete dias úteis em todo o país. Contudo, em estados como São Paulo, não passam de cinco dias úteis.
Os preços da arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do país estavam assim no dia 10 de outubro:
- São Paulo (Capital): R$ 305, alta de 3,39% frente aos R$ 295 registrados na
semana passada - Goiás (Goiânia): R$ 285, avanço de 5,56% perante os R$ 270 praticados na
última semana - Minas Gerais (Uberaba): R$ 295, aumento de 3,51% frente aos R$ 285 registrados na semana anterior
- Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 300 a arroba, valorização de 5,26% frente aos R$ 285 praticados no final do mês passado
- Mato Grosso (Cuiabá): R$ 270, 8% acima dos R$ 250 da última semana
- Rondônia (Vilhena): R$ 275, aumento de 3,77% em relação aos R$ 265 do final da semana passada
Mercado atacadista
O mercado atacadista registrou forte alta dos preços no decorrer da semana, confirmando as expectativas projetadas.
Além da demanda aquecida, Iglesias destaca que precisa ser mencionado o fato das indústrias se depararem com algum aperto em seus estoques, algo natural diante de uma oferta mais restrita de animais para o abate.
A carne bovina tende a perder competitividade no curto prazo, em especial para proteínas de menor valor agregado, a exemplo do ovo, embutidos e da carne de frango.
O quarto do traseiro do boi avançou 6,98% ao longo da semana, passando de R$ 21,50 o quilo para R$ 23 o quilo. O quarto do dianteiro subiu 9,09%, de R$ 16,50 para R$ 18.
Exportações de carne bovina
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil, renderam US$ 183,201 milhões em outubro (4 dias úteis), com média diária de US$ 45,8 milhões, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
A quantidade total exportada pelo país chegou a 39,866 mil toneladas, com média diária de 9,966 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.595,30.
Em relação a outubro de 2023, houve alta de 12,4% no valor médio diário da exportação, ganho de 12,4% na quantidade média diária exportada e estabilidade no preço médio.