domingo, 19 de outubro de 2025

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PIB da cadeia de soja deve crescer 11% com safra recorde e biodiesel

O Produto Interno Bruto (PIB) da cadeia da soja e do biodiesel deve crescer 11,29% em 2025, segundo estudo divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

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Segundo o levantamento, a produção recorde de 170,3 milhões de toneladas de soja na safra 2024/25, aliada ao aumento do processamento industrial, sustenta a expansão do setor. Com esse desempenho, a cadeia deve representar 21,1% do PIB do agronegócio e 6,1% do PIB nacional neste ano.

Segundo o Cepea/Abiove, dentro da porteira, o PIB deve registrar alta de 23,39%, resultado de aumentos de área e produtividade, impulsionados por tecnologia e clima favorável. Na agroindústria, a previsão é de crescimento de 4,02%, refletindo o ritmo intenso de esmagamento de soja, considerado recorde. “A demanda por óleo de soja, sobretudo para a produção de biodiesel, segue em expansão”, afirma o estudo.

O relatório lembra que, desde 1º de agosto, a mistura obrigatória de biodiesel ao diesel passou para B15 (15%), o que deve ampliar ainda mais o processamento no País. Esse efeito, porém, ainda não está contabilizado nas estimativas atuais, baseadas em dados até o segundo trimestre.

O Cepea/Abiove também projetam avanços no PIB dos agrosserviços (quase 9%) e de insumos (2,72%). Os preços da cadeia permaneceram estáveis no segundo trimestre de 2025 em comparação ao mesmo período de 2024, após altas em 2024 e desvalorização de produtos agroindustriais neste ano. Com isso, o PIB gerado por tonelada de soja produzida e processada poderá representar 4,45 vezes o PIB da soja exportada diretamente.

No mercado de trabalho, o número de ocupados na cadeia da soja e do biodiesel cresceu 4,2%, totalizando 2,327 milhões de trabalhadores, o que representa 10% da força de trabalho do agronegócio e 2,27% da ocupação total do País. O aumento da produção e do processamento de soja gera maior demanda por agrosserviços. O segmento de insumos registrou alta de 4,51% no número de empregados, a agroindústria 0,74% e os agrosserviços quase 10%.

As exportações da cadeia somaram 49,68 milhões de toneladas no segundo trimestre, alta de 1,5% na comparação anual. A receita, entretanto, caiu 8,3%, para US$ 19,47 bilhões, devido à queda de 9,56% nos preços da soja em grão e 15,7% nos do farelo, parcialmente compensada pelo aumento de 9,56% no óleo. “A pressão sobre os preços veio da safra mundial recorde 2024/25”, explicou o Cepea/Abiove.

A China segue como principal destino da soja em grão, enquanto União Europeia e Sudeste Asiático lideram as compras de farelo. No óleo de soja, a Índia mantém a liderança, respondendo por mais de 70% das exportações brasileiras do derivado.

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