quinta-feira, 31 de julho de 2025

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Pasto seco: capiaçu e kurumi são a solução da Embrapa para sua fazenda

As forrageiras BRS Capiaçu e Kurumi surgem como alternativas estratégicas para o pasto seco em sua fazenda, garantindo segurança alimentar, alta produtividade e redução de custos na alimentação do gado.Assista ao vídeo.

Pecuaristas, o desafio das mudanças climáticas, com secas cada vez mais severas, e a oscilação dos preços dos insumos exigem um planejamento forrageiro e nutricional eficiente.

Em tempos de pasto seco, ter alternativas viáveis e de alta qualidade para a alimentação do gado é crucial para a rentabilidade da fazenda.

A Dinapec 2025, realizada em Campo Grande, no estado de Mato Grosso do Sul, sede da Embrapa Gado de Corte, foi palco de importantes pesquisas que visam a sustentabilidade e a inovação na produção pecuária.

Entre as ferramentas apresentadas, destacaram-se as forrageiras BRS capiaçu e BRS kurumi, que oferecem soluções robustas para o desafio do pasto seco.

BRS capiaçu: a fábrica de ração na fazenda

Lavoura de capiaçu. Foto: Divulgação/Embrapa
Lavoura de capiaçu. Foto: Divulgação/Embrapa

O BRS capiaçu, que completa 10 anos de proteção, consolidou-se como uma alternativa crucial na alimentação do gado, especialmente no período de inverno, quando o valor nutricional das pastagens diminui drasticamente.

Paulino Andrade, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, ressalta que o capiaçu tolera veranicos e a falta de chuva melhor que outras opções de forrageiras, o que o torna ideal para enfrentar os desafios climáticos da pecuária brasileira.

Suas características o tornam uma verdadeira “fábrica de ração na fazenda”, oferecendo múltiplos benefícios:

  • Alto potencial produtivo e boa qualidade nutricional: Permite que produtores, inclusive em regiões como Cassilândia, no estado de Mato Grosso do Sul, produzam o próprio volumoso, barateando significativamente o custo da alimentação do rebanho.
  • Segurança alimentar: Garante que o produtor tenha com o que alimentar seus animais no período seco, reduzindo a dependência de insumos externos e a vulnerabilidade do sistema produtivo.
  • Democrático: É uma tecnologia acessível desde o pequeno ao grande produtor, servindo como base do volumoso tanto para gado confinado (corte) quanto para vacas confinadas (leite).

Apesar de ser uma tecnologia relativamente nova, a Embrapa tem se empenhado em disseminar o conhecimento sobre seu manejo e utilização correta através de cursos, palestras e treinamentos em todo o país.

Manejo do capiaçu: pontos de atenção

capim-elefante BRS Capiaçu, da Embrapacapim-elefante BRS Capiaçu, da Embrapa
Foto: Rubens Neiva/Embrapa

Para que o BRS capiaçu entregue todo o seu potencial produtivo, alguns pontos de manejo são fundamentais e devem ser rigorosamente observados:

  • Plantio correto e fósforo na base: Começar bem, com análise de solo e correção adequada (principalmente com fósforo na base), é essencial para um bom estabelecimento da cultura.
  • Reposição de nutrientes: Por ser uma forrageira altamente produtiva (podendo gerar até 300 toneladas de matéria verde por ano), o capiaçu extrai muitos nutrientes do solo. A reposição adequada (via adubação química e orgânica) é crucial para manter a produtividade ao longo do tempo e evitar a necessidade de replantio precoce.
  • Ponto de ensilagem: O material deve ser ensilado com cerca de 20% de matéria seca. A altura de corte varia, então a recomendação mais segura é determinar a matéria seca com o uso de um micro-ondas e uma balança de cozinha (o passo a passo detalhado está disponível no site da Embrapa Gado de Leite). Essa metodologia de determinação de matéria seca é válida para qualquer tipo de silagem e também para o manejo de pastejo rotacionado.

Em caso de dúvidas, a Embrapa recomenda que os produtores procurem um técnico agrônomo ou zootecnista de sua região, seja em cooperativas, Emateres, Agraer ou Apta.

Além do BRS capiaçu, a Embrapa apresentou o BRS kurumi, outra ferramenta estratégica para baratear o custo de produção e melhorar a margem na alimentação animal. O kurumi é um capim elefante anão, com internódios curtos, o que o torna ideal para pastejo direto.

Suas vantagens incluem:

  • Altura de pastejo ideal: Facilita o consumo pelo gado, promovendo um pastejo mais eficiente e uniforme.
  • Alta palatabilidade: Os animais demonstram grande aceitação e gostam muito de consumir essa forrageira.
  • Alta digestibilidade: Permite um melhor aproveitamento dos nutrientes pelo rebanho, resultando em maior ganho de peso ou produção de leite.
  • Rico em proteína e energia: Sua composição nutricional reduz a necessidade de concentrado na dieta, gerando economia para o produtor.

A combinação estratégica do BRS kurumi para pastejo direto e o BRS capiaçu para volumoso conservado (silagem, por exemplo) resolve grande parte dos problemas de alimentação do produtor, seja ele de gado de leite ou de corte.

Ambas as forrageiras têm um rendimento extraordinário por hectare, produzindo muita matéria seca acumulada por dia, e são ricas em nutrientes, digestíveis e palatáveis. O único cuidado com o kurumi é não deixar a forrageira passar do ponto ideal de corte para pastejo, para manter suas qualidades nutricionais.

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