O Pará iniciou as exportações de carne bovina com a primeira remessa de 108 toneladas, que partiu do município de Xinguara, conhecido como a capital do boi gordo, com destino à China.
O estado, detentor do segundo maior rebanho bovino do país, com 26 milhões de cabeças de gado, iniciou as exportações de carne produzida com o Sistema de Rastreabilidade Bovina Individual do Pará (SRBIPA).
O lote exportado incluía mais de 350 bovinos machos da raça Nelore, com idades entre 13 e 24 meses, transportados em 22 caminhões para um frigorífico com Serviço de Inspeção Federal (SIF) para o município de Água Azul do Norte, no Pará.
Após o nascimento, cada animal recebeu dois brincos de identificação: um amarelo, para leitura visual, e outro azul eletrônico, que permite monitoramento por radiofrequência.
Durante 90 dias, o rebanho foi alimentado com silagem, capim e ração, seguindo manejo sustentável em pasto rotacionado intensivo. Esse processo garante rastreabilidade completa e fortalece a qualidade e a sustentabilidade em toda a cadeia produtiva da carne.
Rastreabilidade como diferencial
A iniciativa garante o controle sanitário do rebanho desde o nascimento até o abate. O primeiro lote de carne produzido com o sistema registrou ganho médio de 592 kg por animal, totalizando 7.212,48 arrobas.
“O sistema de rastreabilidade é pioneiro no Brasil e qualifica a carne para mercados internacionais, oferecendo garantias sanitárias de produção e de origem do produto, permitindo o acompanhamento até chegar ao frigorífico e fortalecendo a confiança do consumidor”, destaca o diretor-geral da Adepará, Jamir Macedo.

Para o zootecnista e gestor de propriedade rural Adriano Silva, a rastreabilidade agrega valor à produção.
“Com o número de identificação de cada animal, é possível acompanhar o ganho de peso individualmente, tornando a produção e a gestão da propriedade mais precisas. Isso impacta diretamente a qualidade do produto final, abre acesso a diferentes mercados e contribui para o desenvolvimento da pecuária no Pará”, afirma.
Rastreamento gratuito
A partir de janeiro de 2027, todo o rebanho estadual deverá estar identificado individualmente. Os brincos de identificação são fornecidos gratuitamente pelo governo do Pará a produtores com até 100 animais, que podem procurar a Adepará em seu município para adquirir os itens e realizar a identificação individual.