Um estudo realizado pelo Argonne National Laboratory, centro de pesquisa do governo dos Estados Unidos, revelou que a energia fotovoltaica pode desempenhar um papel importante na recuperação de populações de abelhas e outros insetos polinizadores, além de gerar eletricidade.
A pesquisa foi conduzida em duas grandes instalações solares no estado de Minnesota e destacou como os projetos que combinam painéis solares com a agricultura, conhecidos como agrofotovoltaicos, podem trazer benefícios significativos para o meio ambiente e a produção agrícola.
Segundo o estudo, as áreas onde os painéis solares foram instalados criaram novos habitats favoráveis para abelhas, borboletas e outros insetos essenciais para a polinização de culturas agrícolas.
Esses polinizadores são responsáveis por 80% da polinização de alimentos em todo o mundo e seu declínio, provocado por fatores como mudanças climáticas e perda de habitat, representa um risco para a segurança alimentar global.
Os pesquisadores observaram um aumento de três vezes na população de insetos nas áreas analisadas, além de maior diversidade de plantas nativas e flores. A instalação de painéis solares, ao criar espaços sombreados e livres de defensivos agrícolas, ajudou a formar um ambiente mais adequado para esses insetos, contribuindo também para o controle natural de pragas.
A energia solar, quando integrada à agricultura, se mostrou uma ferramenta eficaz não só na geração de eletricidade, mas também na promoção de biodiversidade e aumento da produtividade agrícola.
“Se localizada corretamente, a energia solar favorável ao habitat pode proteger os polinizadores e melhorar os serviços de polinização em áreas agrícolas”, afirma Lee Walston, ecologista e principal autor do estudo.
Os resultados do estudo indicam que os projetos agrofotovoltaicos podem ser uma solução viável para enfrentar o desafio da perda de abelhas e outros polinizadores, ao mesmo tempo em que otimizam o uso da terra para a produção de energia e alimentos.
*Sob supervisão de Luis Roberto Toledo
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