terça-feira, 26 de agosto de 2025

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Milho cai com supersafra americana à vista, mas novas altas ainda estão no radar

O contrato de setembro do milho negociado na Bolsa de Chicago fechou a semana passada a US$ 3,88 1/4 por bushel, alta de 1,04% frente ao encerramento da semana retrasada. Na segunda-feira (25), novo crescimento, ainda que tímido: US$ 3,89.

Contudo, nesta terça-feira (26), os dados positivos da provável supersafra nos Estados Unidos levaram os vencimentos a sofrerem baixa de 0,44%, ou 1,75 centavo, indicados em US$ 3,87 1/2 por bushel. O mesmo se viu com os acordos firmados para dezembro, com recuo de 2,75 centavo, ou 0,66%, a US$ 4,09 1/2 por bushel.

De acordo com a consultoria Safras & Mercado, o mercado foi pressionado pelo quadro fundamental de ampla oferta global, reforçado pelo último relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que manteve a avaliação das lavouras norte-americanas em 71% entre boas e excelentes condições até 24 de agosto, nível mais alto desde 2016 e acima das expectativas de leve queda.

Segundo o órgão, 21% das lavouras estão em condição regular e 8% em situação ruim ou muito ruim, repetindo os índices da semana anterior. Entretanto, traders ajustam posições após a divulgação da estimativa da Pro Farmer na última semana, que ficou abaixo do número oficial do USDA, mas ainda projetando safra robusta.

Assim, a produção de milho nos Estados Unidos caminha para um novo recorde: acima de 425 milhões de toneladas.

No Brasil, os preços têm se mantido firmes, entre R$ 66 e R$ 67 a saca, mesmo com a pressão da entrada da safrinha, que já está cerca de 90% colhida, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Segundoa plataforma Grão Direto, tal resiliência se deve a uma demanda interna voraz dos setores de etanol e proteína animal, que têm absorvido a produção e criado um piso sólido para as cotações.

Assim, diante da firmeza dos preços e da necessidade de liberar armazéns, os produtores aceleraram a comercialização do milho safrinha. Dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Aplicada (Imea) de julho mostram que 62% da produção do estado já está vendida.

Entretanto, as negociações da safra 2025/26 permanecem atrasadas em relação à média histórica, indicando que o produtor aguarda maior clareza de custos antes de fechar novos negócios.

Supersafra esmagará os preços do milho?

O Brasil entra em sua principal janela de exportação com boas perspectivas, mas em um cenário global competitivo. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) projeta embarques de 7,8 milhões de toneladas de milho em agosto, confirmando o interesse internacional.

“Embora o milho brasileiro acesse mercados diversificados, a competitividade será testada pela oferta recorde dos Estados Unidos, tornando a taxa de câmbio um fator decisivo para a atratividade do produto nacional”, contextualizam os especialistas da grão Direto.

Para a empresa, assim como na soja, o clima nos Estados Unidos será o principal catalisador para Chicago. “Por lá, uma quebra, mesmo que marginal, poderia abrir espaço adicional para as exportações brasileiras no início de 2026.”

No entanto, com a colheita da safrinha quase concluída, o desafio agora é logístico. “O grande volume de milho pressionará a capacidade de armazenagem e os custos de frete”, consideram os profissionais da plataforma.

Para a Grão Direto, esse cenário tende a criar disparidades regionais de preços, abrindo janelas de oportunidade para produtores com armazéns próprios, que poderão negociar em condições mais favoráveis na entressafra, quando a demanda da indústria costuma pagar prêmios.

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