domingo, 22 de dezembro de 2024

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Mato Grosso registra replantio de soja por falta de chuva e temperaturas acima de 44 °C

As altas temperaturas registradas em Mato Grosso, que chegam a ultrapassar 44 °C em algumas regiões, e falta de chuva estão levando os produtores de soja ao replantio do grão. Alguns estão optando em atrasar a semeadura para evitar maiores prejuízos. A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) alerta que o momento é de “muita cautela”.

Até o dia 13 de outubro, a semeadura da safra 2023/24 de soja em Mato grosso havia atingido 35,09% dos 12,2 milhões de hectares previstos para a temporada. Na variação semanal, conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o avanço foi de 20,85 pontos percentuais. Entretanto, ao se comparar com os trabalhos do ciclo passado em igual período, o ritmo está 6,25 pontos percentuais atrasado.

“Os produtores vivem um momento de muita apreensão. Temos atraso no plantio em relação aos outros anos e com o agravante de altas temperaturas, que coloca em xeque os plantios já semeados, uma vez que a temperatura alta pode comprometer o desenvolvimento e até fazer com que se perca lavouras”, pontua o presidente da Aprosoja-MT, Fernando Cadore.

Ele comenta ainda que já há relatos de replantio, de lavouras que precisam de água nos próximos dias, sob pena de se perder.

Produtividade de soja prejudicada

A ausência de umidade no solo e as altas temperaturas, de acordo com o presidente da Aprosoja-MT, pode trazer ainda uma redução na produtividade.

“Isso gera um atraso no desenvolvimento da soja e, em consequência, a próxima semeadura do milho, que já se encontra com os custos elevados. Isso tem desestimulado o produtor, pois em muitas regiões o custo torna o milho inviável, então, preocupa muito mais”.

Produtor em Campo Novo do Parecis, Vinicius Sponchiado deve plantar 10,5 mil hectares de soja. Em entrevista ao Canal Rural Mato Grosso ele comentou que durante o dia os termômetros chegam a marcar 44 °C.

“Sem umidade no solo, pode ocorrer a escaldadura nas plantas e a gente acaba perdendo-as”.

Para o agricultor este é um ano em que tais fatos não poderiam acontecer. “Devido aos custos, a gente tem que cuidar de cada planta e rezar todos os dias para São Pedro para que venha chuva para todos os produtores”.

A região médio-norte, conforme o relatório de semeadura, é a mais avançada com 49,41% da sua área destinada para a soja já plantada. Em seguida está o oeste mato-grossense com 44,93%. O centro-sul já plantou 37,89%.

Na região norte do estado 36,89% da área já recebeu as sementes de soja, enquanto no sudeste 23,90% e no nordeste 17,95%.


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