As exportações do complexo soja diminuíram em maio em comparação ao mesmo período de 2023. Somando grão, farelo e óleo, os embarques somaram 15,71 milhões de toneladas, enquanto no ano passado foram enviados ao exterior 18,54 milhões de toneladas dos produtos, uma redução de 15,2%. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
A maior queda percentual foi a do óleo, que caiu de 310 mil para 120 mil toneladas entre maio de 2024 e o mesmo mês do ano passado.
“Podemos entender esses números, praticamente, como um ‘maio vermelho’, já que todos os produtos do complexo soja ficaram em queda em relação a maio do ano passado”, enfatiza o diretor do Canal Rural Sul, Giovani Ferreira.
Já no acumulado entre janeiro e maio, o panorama é outro. Neste ano, o Brasil exportou 60,13 milhões de toneladas de produtos do complexo soja. Em 2023, foram 58,95 milhões de toneladas.
“O Brasil cresceu ligeiramente nos embarques de grãos e farelo, mas derreteu quase 60% no óleo”. Segundo Ferreira, os fatores que explicam os índices são os seguintes:
- Demanda chinesa, que não está tão aquecida;
- Expectativa de uma boa safra de soja nos Estados Unidos, o que aumenta a oferta do produto;
- Temporada satisfatória na América do Sul que, mesmo com a redução no Rio Grande do Sul, deve ser maior do que a do ano passado.
O diretor lembra que esses fatores interferem diretamente nos preços. “Quem acompanha o mercado, percebeu que esta semana, a soja está abaixo de 12 dólares por bushel novamente, o que não acontecia há mais ou menos três meses”.
De acordo com ele, em termos de exportação, o mês de junho não deve ser muito diferente de maio. “A expectativa de retomar o ritmo de exportação após o mês de julho depende muito, principalmente, do rally climático que a soja dos Estados Unidos vai viver [durante o ciclo de desenvolvimento da cultura], o que impactar na produção final”.