domingo, 8 de junho de 2025

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Levantamento aponta custos da produção de gado, café e cana-de-açúcar

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu nesta semana novos painéis do projeto Campo Futuro, com foco na coleta de dados sobre os custos de produção em diferentes atividades agropecuárias. Os encontros foram realizados em municípios dos estados do Acre, Bahia e Minas Gerais, abrangendo as cadeias da pecuária de corte, do café arábica e da cana-de-açúcar.

A iniciativa visa unir a capacitação técnica de produtores à geração de informações estratégicas que subsidiem decisões no campo. Os painéis contam com a participação de produtores rurais, técnicos, especialistas, instituições de pesquisa, federações e sindicatos.

Os custos de produção da pecuária de corte no Acre

No Acre, os painéis concentraram-se na atividade de pecuária de corte. Em Cruzeiro do Sul, foi analisado um sistema de ciclo completo, com cria, recria e engorda, em uma propriedade modal com 175 hectares de pastagem e rebanho de 100 vacas. O Custo Operacional Efetivo (COE) ficou em R$ 171,03 por arroba, com destaque para os gastos com mão de obra contratada e diaristas (45,1%) e suplementação mineral (12,9%).

Em Sena Madureira, a produção é voltada à cria de bezerros a pasto com suplementação. A propriedade típica tem cerca de 200 hectares e 250 matrizes, com desmama anual de 150 bezerros. O desembolso direto foi de R$ 65,00 por arroba, sendo a suplementação mineral (31,4%) e a reposição do rebanho (15,9%) os principais componentes do custo.

Na capital, Rio Branco, a propriedade avaliada também é de cria, com 200 matrizes e 120 bezerros desmamados por safra, em área de 160 hectares. A suplementação mineral representou 29,3% do COE, seguida por combustível (18,9%) e mão de obra (14,3%).

Em Xapuri, o painel identificou uma propriedade de cria com 200 hectares de pastagem, 156 vacas em média e 113 bezerros desmamados por ano. O custo de produção por arroba foi de R$ 96,70, enquanto o custo por arroba vendida alcançou R$ 107,16.

Café arábica na Bahia

Na Bahia, os levantamentos foram feitos na Chapada Diamantina, polo tradicional da cafeicultura. Em Ibicoara, a propriedade modal possui 3 hectares com manejo semimecanizado e sistema de sequeiro. O COE foi composto majoritariamente por gastos com mão de obra (55%), fertilizantes e defensivos (21%), mecanização (2%) e despesas gerais (22%).

Em Piatã, o painel apontou um aumento de 8% nos custos em comparação com 2024, puxado principalmente pelo avanço dos custos com mão de obra, que responderam por 64% dos gastos e subiram 34% no último ano. Em contrapartida, houve redução nas despesas com defensivos (-62%), corretivos (-26%) e fertilizantes (-21%). A produtividade média foi estimada em 20 sacas por hectare, um leve avanço em relação à safra anterior.

Cana-de-açúcar em Minas Gerais

Os painéis sobre cana-de-açúcar foram realizados em Campo Florido e Frutal, no Triângulo Mineiro. Em Campo Florido, a propriedade modal definida tem 1.000 hectares, com produtividade estimada de 90 toneladas por hectare na safra 2025/2026. Segundo a assessora técnica Eduarda Lee, houve crescimento do plantio mecanizado na comparação com 2023. No entanto, houve, também, uma redução nas margens e rentabilidade para o produtor.

Já em Frutal, os dados apontam uma propriedade modal de 500 hectares, com produtividade média de 80 toneladas por hectare. A região apresenta divisão equilibrada entre plantio manual e mecanizado, com cada método respondendo por 50% da área cultivada.

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