domingo, 22 de dezembro de 2024

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Importação de máquinas usadas favorece entrada de planta daninha no Brasil

Pesquisadores da Embrapa, juntamente com o Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil (Mapa) e dos EUA, alertam para a disseminação da planta caruru-palmeri (Amaranthus palmeri) no Brasil por meio das colhedoras de algodão importadas dos Estados Unidos.

Essa planta invasora, que pode causar grandes prejuízos às culturas anuais, foi inicialmente detectada no estado do Mato Grosso em 2015 e, posteriormente, em 2022, no Mato Grosso do Sul.

Segundo o pesquisador da Embrapa Soja, Dionísio Gazziero, o caruru-palmeri é uma planta de difícil controle, com crescimento agressivo, alta prolificidade e resistência a herbicidas. Portanto, a limpeza minuciosa das colhedoras é crucial para evitar a dispersão de suas sementes. Gazziero destaca que essa limpeza deve ocorrer antes de as máquinas se deslocarem para outra propriedade, pois as sementes são pequenas e difíceis de identificar, especialmente quando misturadas aos resíduos das colheitadeiras.

Controle da planta daninha

O caruru-palmeri cresce rapidamente, podendo aumentar de tamanho entre 2 a 4 centímetros por dia, o que dificulta o uso eficaz de herbicidas pós-emergentes. Portanto, o uso de herbicidas pré-emergentes é essencial em áreas afetadas para ajudar no controle. O controle inadequado pode prejudicar a colheita, aumentar os custos de produção e causar danos significativos à agricultura brasileira.

Diversos órgãos de pesquisa, defesa agropecuária estaduais e o Mapa estão trabalhando em estratégias para conter a disseminação do caruru-palmeri. No entanto, destaca-se a necessidade de estabelecer uma Instrução Normativa federal para agilizar as medidas de contenção dessa praga.

A presença do caruru-palmeri representa um desafio sério para os produtores de soja no Brasil. Portanto, é crucial que agricultores que importam maquinário usado e órgãos de vigilância vegetal estejam alertas para evitar sua propagação.

O pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Antonio Cerdeira, enfatiza a importância de relatar qualquer suspeita da presença da planta aos órgãos de defesa agropecuária locais para identificação e confirmação. Na dúvida, a eliminação da planta na área afetada é recomendada para evitar sua proliferação.

Para combater a disseminação, o caruru-palmeri foi classificado como planta daninha quarentenária presente e incluído no Programa Oficial de Controle de Pragas do Governo Federal. Em Mato Grosso, foi estabelecido um Comitê de Contenção para apoiar as ações de combate à planta daninha, incluindo treinamento de fiscais estaduais de agropecuária.

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