quinta-feira, 7 de agosto de 2025

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Governo do Paraná anuncia pacote emergencial para minimizar impacto do tarifaço

O governo do Paraná anunciou nesta semana um pacote de medidas emergenciais para mitigar os impactos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O tema foi um dos destaques do Agroleite, evento realizado em Castro (PR), que reúne lideranças do agronegócio, produtores e parlamentares.

Entre as ações anunciadas, estão linhas de crédito com juros reduzidos, destinadas especialmente às indústrias e produtores rurais afetados pelas novas taxas de exportação. O objetivo do governo estadual é preservar toda a cadeia produtiva paranaense, com foco no agronegócio, um dos setores mais atingidos.

Segundo o secretário da Fazenda do Paraná, Norberto Ortigara, já estão sendo liberados créditos de ICMS para capital de giro, além da abertura de duas linhas de crédito com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), totalizando R$ 200 milhões.

“Nós já abrimos duas linhas de crédito no BRDE, com taxa de juros de inflação mais 4% ao ano, para financiar de R$ 500 mil a R$ 10 milhões para capital de giro. Isso ajuda empresas que estão com férias coletivas ou sem faturamento a sustentarem esse momento, enquanto a diplomacia tenta derrubar essa estúpida tarifa de 50%, que só o Brasil enfrenta”, afirmou Ortigara.

Importação predatória

A crise provocada pelo tarifaço e pela importação predatória de leite também foi discutida na edição itinerante da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), realizada durante o Agroleite. Parlamentares reforçaram a importância de medidas para proteger o setor agroindustrial do estado.

O deputado Anibelli Neto, presidente da Comissão de Agricultura da Alep, destacou a necessidade de atuação do Estado para garantir a sobrevivência do produtor rural.

“Precisamos proteger o setor neste momento e também acreditar na diplomacia para buscar novos mercados. Os produtos brasileiros são de qualidade e têm espaço em qualquer lugar do mundo”, defendeu o parlamentar.

A importação de leite, que vem crescendo de forma contínua, também é alvo de críticas do setor produtivo. A concorrência com produtos importados, muitas vezes com padrão inferior de qualidade, tem colocado em risco a viabilidade econômica de produtores paranaenses.

“Quando o produtor investe em genética e tecnologia para entregar um leite de qualidade, não é justo competir com um produto importado mais barato e inferior. Se o governo federal não agir, muitos vão desistir da atividade”, alertou Anibelli Neto.

Bateu recordes

Segundo a técnica do Departamento Técnico e Econômico do Sistema FAEP, Nicolle Wilsek, a entrada de leite estrangeiro no mercado brasileiro segue em alta.

“A importação continua em números elevados, batendo recordes. Não somos contra a importação, mas é preciso haver regulamentação, limites e condições claras para garantir que o produto nacional seja competitivo”, explicou.

Quem sente diretamente os efeitos dessa concorrência é o produtor Adão Streski, que relata perdas significativas de rentabilidade.

“Hoje estamos recebendo cerca de R$ 2,30 pelo litro, mas os custos dispararam: ração, silagem, adubo, medicamentos… tudo subiu. Só o preço do leite caiu”, lamenta.

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