A transformação de uma propriedade rural em uma empresa estruturada não é mais tendência é uma necessidade. Com o avanço do ESG e a crescente profissionalização do setor, produtores precisam adaptar a gestão, implementar governança e separar finanças pessoais das operacionais para atrair investimentos e garantir longevidade ao negócio.
Segundo Bárbara, especialista em finanças e sustentabilidade, essa mudança começa por padronização de processos, transparência nas finanças e agenda ESG clara e estratégica.
“É preciso separar a gestão patrimonial familiar da financeira do negócio. Sem isso, não há confiança nem tração para crescimento”, afirma.
ESG: de checklist à estratégia de impacto
O ESG (sigla para Environmental, Social and Governance) vai além de boas práticas é um modelo de gestão que integra sustentabilidade ao coração do negócio. A partir de 2026, empresas listadas na bolsa serão obrigadas a apresentar relatórios detalhados de riscos climáticos, sociais e ambientais, o que impacta diretamente o setor agro.
Principais erros dos produtores rurais ao implementar ESG:
- Tratar os indicadores como checklist, sem compreender seus impactos reais
- Focar em apenas um pilar (ex: ambiental) e negligenciar o social e a governança
- Falta de métricas, metas e dados para comprovar evolução
Dica prática: Comece pelo mapeamento de riscos e estabeleça metas mensuráveis com dados confiáveis.
Mercados futuros e acesso ao capital: como se preparar
Para quem busca profissionalizar a gestão rural, entender e usar contratos futuros é um passo estratégico. Eles permitem ao produtor travar preços e planejar a receita com mais segurança, algo essencial para sustentabilidade financeira e tomada de decisão.
No mesmo caminho, ganham força no Brasil:
- Pagamentos por serviços ambientais
- Projetos de crédito de carbono
- Fundos ESG internacionais
- Linhas de financiamento com juros reduzidos para quem comprova boas práticas ambientais e sociais
“Com a COP30 no Brasil, o país será vitrine global de investimentos sustentáveis. Mas o produtor precisa estar preparado: ter governança, dados e indicadores claros para atrair esse capital”, reforça Bárbara.
Caminho para transformar a fazenda em empresa
Etapas fundamentais:
- Profissionalizar a gestão: contratar ou capacitar equipe técnica
- Implantar governança: definir papéis, responsabilidades e tomada de decisão
- Separar contas pessoais e da empresa
- Estruturar indicadores ESG com metas e métricas
- Adotar ferramentas de controle e planejamento financeiro
- Buscar assessoria técnica para acessar o mercado de capitais
No programa A Protagonista do Canal Rural, a Bárbara Seixas, especialista em finanças sustentáveis e governança no agro, contou um pouco mais sobre como transformar propriedades rurais em empresas estruturadas, com foco em ESG, profissionalização e acesso ao mercado de capitais. Acompanhe a entrevista completa!