O governo brasileiro intensificou os esforços para ampliar a exportação de carne bovina e suína para o Japão. Durante um encontro realizado nesta terça-feira (25) em Tóquio, representantes da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) se reuniram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Renan Filho (Transportes) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos).
A negociação para exportação de carne bovina ao Japão já dura mais de 20 anos e, segundo Fávaro, o processo está em fase final. “O último protocolo já está há cinco anos sendo debatido. Vamos trabalhar para que avance agora e para que possamos finalmente abrir esse mercado tão importante”, destacou o ministro.
Fávaro ressaltou ainda que o Brasil está apto a atender às exigências sanitárias e comerciais do Japão, tanto para carne bovina quanto para suína. “O reconhecimento do Brasil como livre de febre aftosa sem vacinação em mais estados amplia ainda mais nosso potencial no mercado japonês. O país já abriu 344 novos mercados para produtos agropecuários nos últimos dois anos e seguimos avançando”, reforçou.
O presidente Lula também enfatizou a importância estratégica da relação comercial com o Japão. “Nosso fluxo comercial já chegou a US$ 17 bilhões e hoje está em US$ 11 bilhões. Só aí temos um espaço de US$ 6 bilhões para recuperar. Comércio exterior é uma via de mão dupla: temos que vender e temos que comprar”, afirmou.
Infraestrutura para exportação de carne
Para garantir competitividade no setor, o governo federal aposta no fortalecimento da logística e infraestrutura portuária. O ministro dos Transportes, Renan Filho, destacou que o Brasil já exporta carne a um custo muito menor que seus concorrentes internacionais.
“Enquanto o Brasil exporta uma arroba de carne bovina a US$ 55, os Estados Unidos têm um custo superior a US$ 100”, comparou.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, complementou ressaltando que a expansão da infraestrutura nacional está reduzindo a dependência do Porto de Santos. “Nos anos 80 e 90, 50% da produção era escoada por Santos. Hoje, esse percentual está em 30% e queremos diminuir ainda mais, investindo na logística do Norte, Nordeste e Centro-Oeste”, afirmou.
O empresário Renato Costa, representante do setor de carnes, demonstrou otimismo com as negociações. “O Japão é o terceiro maior importador mundial de carne e essa abertura será um grande avanço para a indústria, o produtor e o país”, concluiu.