quarta-feira, 23 de abril de 2025

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Falta de estrutura nos portos atrasa o embarque de 600 mil sacas de café

Os exportadores de café deixaram de embarcar 637.767 sacas do produto em março, equivalente a 1.932 contêineres. Isso causou prejuízo de R$ 8,901 milhões no caixa das empresas por causa de gastos imprevistos com armazenamento adicional, detenções, pré-empilhamento e antecipação de portões, informou em comunicado o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Desde que o Conselho iniciou o levantamento, em junho de 2024, as empresas associadas à entidade já reportaram um prejuízo de R$ 66,576 milhões com esses custos extras em virtude da estrutura defasada nos principais portos de escoamento de café do Brasil.

Conforme o Cecafé, o não embarque desse volume de grãos também fez com que o país deixasse de receber US$ 262,8 milhões, ou R$ 1,510 bilhão, como receita cambial em suas transações comerciais no mês passado, considerando o preço médio do Free on Board (FOB) de exportações de US$ 336,33 por saca (café verde) e um dólar de R$ 5,7462 na média de março.

“O Brasil é o país que mais repassa o preço FOB de exportação ao produtor e, ao deixarmos de embarcar nossos cafés por causa da não concretização dos embarques, temos o repasse menor a nossos cafeicultores, que trabalham arduamente para entregar produtos de qualidade e sustentáveis”, disse na nota o diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron.

Conforme o Boletim Detenção Zero (DTZ), elaborado pela startup ElloX Digital em parceria com o Cecafé, 55% dos navios, ou 179 de um total de 325 embarcações, teve atrasos ou alteração de escalas nos principais portos do Brasil em março passado.

De acordo com o Boletim DTZ, o Porto de Santos, que respondeu por 78,5% dos embarques de café no primeiro trimestre de 2025, registrou um índice de 63% de atraso ou alteração de escalas de navios, o que envolveu 113 do total de 179 porta-contêineres. O tempo mais longo de espera no mês passado foi de 42 dias no embarcadouro santista

“Conforme dados de relatórios de mercado que monitoramos, dentro desse universo dos dados totais referentes a Santos, além dos atrasos, descobrimos que ocorreram 19 omissões de escalas e outras 13 omissões por cancelamento da viagem em embarcações de longo curso, em março, por conta das limitações de infraestrutura portuária, que elevam o tempo de espera dos navios. Isso nos causa grande preocupação porque potencializa a lotação nos pátios, o que desencadeia efeito em toda a cadeia produtiva”, comenta o diretor técnico do Cecafé.

Também no mês passado, apenas 12% dos procedimentos de embarque tiveram prazo maior do que quatro dias de portão aberto por navios no embarcadouro santista. Outros 55% possuíram entre três e quatro dias e 33% tiveram menos de dois dias.

Já o complexo portuário do Rio de Janeiro (RJ), o segundo maior exportador de cafés do Brasil, com 17,2% de participação nos embarques de janeiro a março deste ano, teve índice de atrasos de 59% no mês passado, com o maior intervalo sendo de 15 dias entre o primeiro e o último prazo. Esse porcentual implica que 43 dos 73 navios destinados às remessas do produto sofreram alteração de escalas.

Ainda no primeiro trimestre deste ano, 18% dos procedimentos de exportação tiveram prazo superior a quatro dias de portão aberto por porta-contêineres nos portos fluminenses; 36% registraram-se entre três e quatro dias; e 46% possuíram menos de dois dias.

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