O climatologista brasileiro Carlos Nobre, ex-pesquisador do INPE e atual presidente do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), soou um alerta em entrevista recente: as mudanças climáticas já atingiram um nível crítico, com a temperatura global ultrapassando 1,5 grau Celsius.
Esse aumento, mais rápido do que o previsto anteriormente, coloca o planeta em uma trajetória perigosa, com a possibilidade de chegar a 2 graus em 2030, caso medidas drásticas não sejam tomadas.
As consequências do aquecimento global já são sentidas em todo o mundo, com eventos climáticos extremos se tornando mais frequentes e intensos. As chuvas recordes que devastaram o Rio Grande do Sul em 2024 são apenas um exemplo dos desafios que o Brasil e o mundo enfrentarão nas próximas décadas.
Embora o Brasil não seja o maior emissor de gases de efeito estufa, Nobre ressalta a importância do país assumir sua responsabilidade e tomar medidas para reduzir as emissões. Isso inclui investir em energias renováveis, combater o desmatamento e promover a agricultura sustentável.
Além da mitigação, a adaptação aos impactos das mudanças climáticas é crucial. O Brasil precisa se preparar para eventos climáticos extremos, como secas, inundações e deslizamentos de terra. Isso significa criar sistemas de alerta precoce, reconstruir cidades em áreas seguras e proteger áreas de risco.
Nobre também destaca o enorme potencial do Brasil para restaurar florestas, um processo que pode ajudar a remover CO2 da atmosfera e mitigar o aquecimento global.
O climatologista enfatiza a necessidade de um esforço global e ambicioso para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius.