A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) dá início a um plano emergencial para apoiar o estado do Rio Grande do Sul, no qual mantém quatro Unidades de pesquisa – Clima Temperado (Pelotas), Pecuária Sul (Bagé), Trigo (Passo Fundo) e Uva e Vinho (Bento Gonçalves).
As ações estão sendo desenvolvidas a partir de uma plataforma regional, que tem como objetivo mitigar os efeitos dos eventos climáticos adversos na agropecuária da Região Sul do Brasil.
De imediato, iniciativas de pesquisa e transferência de tecnologia têm como foco alimentação, água, saneamento, saúde e informações que possam contribuir para a recuperação das atividades agropecuárias nas áreas afetadas pelas fortes chuvas nos meses de abril e maio, em parceria com os Ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), além da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Segundo a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, no momento, a prioridade é salvar vidas e auxiliar a população gaúcha em suas necessidades básicas. Para isso, a Empresa está com uma campanha interna de arrecadação de dinheiro, roupas, utensílios, alimentos, produtos de higiene e limpeza e outros itens necessários, em colaboração com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf) e a Associação de Empregados da Embrapa (AEE).
“Já chegamos a mais de 70 mil em dinheiro na Unidade da região mais prejudicada, que é Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, mas esperamos chegar a 100 mil em breve”, diz a presidente.
A chefe-geral da Embrapa Agrobiologia (RJ), Cristhiane Amâncio, sugeriu a possibilidade de uso do crédito do vale-alimentação para adquirir a produção agrícola dos agricultores mais impactados, a exemplo do que foi realizado em 2011 para apoiar as vítimas das enchentes da região serrana do Rio de Janeiro.
Nesse sentido, será necessário definir estratégias de apoio à reorganização das redes para produção, circulação e consumo pelas Unidades do Rio Grande do Sul, com o apoio do Comitê Permanente de Inclusão Socioprodutiva da Embrapa.
Um ponto muito importante, como explica a pesquisadora Mariane Vidal, da Diretoria de Pesquisa e Inovação, é a parceria com a Fiocruz a partir do Comitê Permanente de Saúde Única. A Fundação disponibilizou um assento para a Embrapa na sala de situação, que mantém em Brasília, para reunir informações e painéis relativos às fragilidades dos territórios afetados.
“Estamos estabelecendo nessa sala de situação escuta qualificada dos representantes dos atingidos pela desterritorialização, agricultores, fornecedores, entidades de classe, entidades de assistência técnica e extensão rural, organizações públicas do executivo municipal e estadual”, pontua.
Além disso, a Embrapa vai lançar em breve uma página em seu portal com um repositório de informações técnicas relacionadas aos sistemas de recuperação de áreas agrícolas e de produção animal.
“As equipes de pesquisa trabalham também no desenvolvimento de estudos para avaliar a aptidão agrícola pós-tragédia, considerando que possivelmente nem todas as terras serão reocupadas ou mesmo consideradas agricultáveis em curto prazo”, observam Amâncio e Vidal.
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