quinta-feira, 5 de junho de 2025

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Crise no agro gaúcho: mobilizações completam 20 dias e produtores exigem securitização

As mobilizações de produtores rurais no Rio Grande do Sul completaram 20 dias. Agricultores seguem concentrados em diversas regiões do estado, pedindo atenção imediata do governo federal para a situação das dívidas acumuladas nas últimas quatro safras, impactadas por perdas climáticas.

Na última sexta-feira (30), os protestos se intensificaram, e seguem com bloqueios em pelo menos 45 pontos de importantes rodovias no estado. O tráfego é interrompido por alguns minutos como forma de chamar a atenção para o endividamento no setor. Há registros de manifestações em regiões produtivas como Cruz Alta, Tio Hugo, BR-116 entre Porto Alegre e Pelotas, e na BR-290, que liga o centro à fronteira.

Segundo o produtor rural Lucas Scheffer, a expectativa é de que uma solução para os problemas do setor ainda demore para ser concluída. Ele afirma que somente a pressão dos produtores pode acelerar o processo de decisão.

O principal pedido é a securitização das dívidas, o que permitiria o alongamento do pagamento e o acesso a novos créditos, viabilizando o plantio da próxima safra. Em Cacequi, na Fronteira Oeste, produtores montaram uma horta simbólica no acampamento para demonstrar que não pretendem encerrar a mobilização sem resposta.

Manuela Zanini, produtora rural, afirma que os manifestantes não vão deixar o local. Já o produtor Isidoro Marangoni lembra que o estado enfrentou três anos de seca, um de chuvas excessivas e, novamente, estiagem no último ciclo, o que agrava a necessidade de uma solução estrutural.

A expectativa é de que, no dia 16 de junho, as mobilizações avancem para Porto Alegre. Produtores planejam acampar com máquinas agrícolas em frente ao Palácio Piratini, sede do governo estadial. A medida é uma resposta à resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), que frustrou parte do setor por não contemplar a maioria dos endividados nas regras de renegociação.

Carlos Malheiros, presidente do Sindicato Rural de Santiago (RS), reforçou que os produtores não querem inadimplência, mas precisam de prazo para pagar suas dívidas.

O movimento também recebe apoio de fora do estado. Clodoaldo Calegari, presidente da Aprosoja Goiás, manifestou solidariedade à mobilização no Rio Grande do Sul e defendeu a securitização como instrumento legal e necessário.

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