O crédito privado voltado ao agronegócio segue em expansão. Dados do Boletim de Finanças Privadas do Agro, divulgado na última quinta-feira (16) pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), mostram aumento nos principais instrumentos usados para financiar o setor. É o caso das Cédulas de Produto Rural (CPR) e das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA).
CPRs seguem em ritmo forte
As Cédulas de Produto Rural atingiram R$ 527,4 bilhões em setembro de 2025, alta de 27% em um ano. Desde 2021, o crescimento chega a 461%. No período de julho a setembro deste ano, as CPRs financiaram R$ 105,6 bilhões, com o volume de contratos subindo 22% na comparação com o ano passado.
O instrumento tem sido usado para financiar a produção de grãos, pecuária, frutas e hortaliças, além de insumos agrícolas, máquinas e projetos de sustentabilidade. O tíquete médio das operações é de cerca de R$ 1,35 milhão.
LCA reforça o crédito rural
As Letras de Crédito do Agronegócio também avançaram, somando R$ 608,1 bilhões em setembro, um aumento de 23% frente a 2024. Além disso, a mudança nas regras de reaplicação deve ampliar ainda mais o crédito ao produtor.
Na safra 2025/26, os bancos e cooperativas precisam aplicar 60% das captações em LCA no financiamento rural; antes, a exigência era de 50%. Desse total, 45% devem ir diretamente para operações de crédito rural, o que representa R$ 164,2 bilhões, alta de 33% em um ano.
Entre as instituições, os bancos públicos lideram as contratações com 44% de participação, seguidos por bancos privados (30%) e cooperativas de crédito (26%).
Fiagro se consolida
O Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) também segue em crescimento, com R$ 43,1 bilhões em patrimônio líquido e 142 fundos em operação. O avanço foi de 13% em um ano e 253% desde 2023.
Os fundos imobiliários representam 44,6% do total, seguidos pelos de participações (39,4%) e de direitos creditórios (16%). Apesar da pausa temporária nas atualizações de dados, o segmento se consolida como alternativa de investimento e capitalização para o agronegócio.