Pecuaristas, a nutrição é a base do ganho de peso, mas o consumo de capim pode variar entre as raças, impactando diretamente o ciclo de produção. Alex Bragato, de Santa Rita do Pardo, no estado de Mato Grosso do Sul, levantou uma dúvida crucial: qual a diferença no consumo diário de capim entre um nelore e um animal meio-sangue angus, ambos com 300 kg de peso médio? Assista ao vídeo abaixo e confira a resposta detalhada.Assista ao vídeo abaixo e confira a resposta detalhada.
Nesta terça-feira (26), o zootecnista Alexandre Zadra, especialista em genética e cruzamento industrial de bovinos, respondeu à pergunta no quadro “Giro do Boi Responde”.
Ele explica que, embora consumam mais, os cruzados respondem com maior precocidade, o que é a chave para o sucesso na pecuária moderna.
Cruzados consomem mais e respondem mais rápido

Alexandre Zadra ressalta que, em estudos realizados pela Embrapa (Dr. Kepler) e por pesquisadores na Austrália (Dr. Frisch), a conclusão é que bovinos jovens, de qualidade semelhante, consomem a mesma quantidade de alimento para ganhar 1 kg de peso vivo. A grande diferença, no entanto, é o apetite.
Os animais de cruzamento, como o meio-sangue angus, consomem mais capim diariamente. Eles têm mais apetite e, se recebem uma nutrição adequada, respondem com maior ganho de peso e precocidade no abate.
O especialista exemplifica que, se um nelore e um cruzado saem no mesmo peso para o abate, mas o cruzado sai um ano mais cedo, é porque ele consumiu a mesma quantidade de alimento em menos tempo.


A diferença no consumo de capim entre um nelore e um meio-sangue angus está na capacidade de ingestão diária. Alexandre Zadra estima que um animal meio-sangue consome, em média, de 1,3 a 1,5 vez mais do que um zebuíno puro por dia para chegar a um abate mais precoce.
O especialista é enfático ao afirmar que não há milagre: se o animal vai para o abate mais cedo, ele consumiu a mesma quantidade total de alimento que o outro animal que foi abatido mais tarde. A diferença está na eficiência biológica do cruzado em converter o alimento em peso em um ciclo de tempo mais curto.
O segredo, portanto, não é que um animal consome menos para ganhar peso, mas que um animal com a genética correta consome mais para ganhar peso mais rápido, o que se traduz em um ciclo de produção mais curto e em maior rentabilidade para o pecuarista, com um uso mais eficiente da pastagem.