O cultivo de soja no Brasil enfrenta desafios devido à presença de plantas daninhas, que comprometem a produtividade e podem gerar prejuízos elevados aos produtores. Em evento realizado ontem (25), em Paulínia (SP), o Gerente de Regulamentação e Especialista em Herbicidas da divisão agrícola da Bayer, Gilmar Picoli, destacou que, além da Buva, presente em 22 milhões de hectares cultivados de Norte a Sul do país, outras cinco plantas daninhas também vêm causando prejuízos expressivos.
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Durante apresentação sobre os impactos e desafios no controle dessas espécies, Picoli explicou que a Borreria verticillata, conhecida como Vassourinha-de-Botão, pode gerar perdas próximas a R$ 2 mil por hectare. Estudos mostram que a presença de três plantas por metro quadrado pode ocasionar redução de até 14 sacas de 60 quilos por hectare de soja.
A Clavorana, ou Ambrosia artemisiifolia, também apresenta forte impacto: duas plantas por metro quadrado podem resultar na perda de 23,7 sacas por hectare, o que equivale a cerca de R$ 3 mil. Para o Caruru (Amaranthus spp.), o prejuízo estimado chega a R$ 2,8 mil por hectare, com redução de até 14,6 sacas em áreas com três plantas por metro quadrado.
No caso do Capim-Pé-de-Galinha (Eleusine indica), as perdas podem alcançar R$ 2,8 mil por hectare. A ocorrência de duas plantas por metro quadrado provoca queda de até 16 sacas por hectare, e a espécie também afeta culturas como milho e algodão. Já o Capim-Amargoso (Digitaria insularis), presente em aproximadamente 21,3 milhões de hectares no país, pode gerar prejuízos em torno de R$ 2 mil por hectare, com perdas de até 22 sacas.
A empresa destacou seu novo lançamento da Intacta 5+, voltado ao manejo dessas e de outras plantas daninhas que têm desafiado a produtividade nas lavouras de soja.
Estratégias
Segundo a Embrapa Soja, o controle químico permanece como a principal estratégia utilizada no manejo de plantas daninhas na cultura. Herbicidas de pré e pós-emergência seguem como ferramentas de maior adoção devido à praticidade, eficiência e rapidez, mas seu uso exige rigor na observância das especificações técnicas de cada composto.
A capina manual ou mecânica, embora eficiente, tem sido menos empregada. A capina mecânica enfrenta limitações operacionais e é menos compatível com o sistema de semeadura direta predominante no país, enquanto a capina manual sofre restrições relacionadas às exigências legais na contratação de mão de obra.
O controle cultural também desempenha papel fundamental. Práticas como rotação de culturas, uso de cobertura morta na entressafra e aceleração do fechamento das entrelinhas ajudam a reduzir a infestação e favorecem o desenvolvimento competitivo da soja. Segundo a Embrapa, essas medidas contribuem para aumentar a eficácia dos herbicidas e, ao longo do tempo, podem permitir a redução de doses ou até a eliminação de determinados produtos.
Com informações divulgadas pela Safras & Mercado.








