Apesar da dificuldade de entrada das máquinas em lavouras com o solo encharcado, a colheita da soja avança no Rio Grande do Sul.
De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater-RS, divulgado nesta quinta-feira (16), a retirada do grão no estado já atinge 85%, avançando 7 pontos percentuais nos últimos sete dias.
Contudo, em igual momento do ano passado, a ceifa atingia 91%, enquanto a média para o período nas últimas cinco safras é de 95%.
Condições climáticas
Na segunda semana de maio, as condições climáticas permaneceram desfavoráveis para as atividades de campo, especialmente a colheita, informa a Emater-RS.
“O fato agrava a situação, pois as perdas aumentam diariamente com o adiamento da operação, provocando a abertura de vagens, a germinação de grãos ou seu comprometimento pela proliferação de fungos”, diz o documento.
Ainda assim, as chuvas foram menos recorrentes nos últimos sete dias, o que permitiu pequenas janelas temporais para a realização da colheita da soja em grande parte do estado, apesar dos altos teores de umidade no solo e nas plantas.
“No entanto, houve redução drástica na qualidade dos grãos em comparação ao produto obtido antes do excesso de chuvas. Além disso, o avanço da colheita provavelmente será pouco significativo nos próximos dias, já que muitas lavouras, dos 15% restantes, devem ser abandonadas em razão da inviabilidade econômica, ou seja, a colheita dessas áreas não cobre os custos da operação, o frete e os descontos aplicados no recebimento pelas cerealistas”.
O excesso de chuvas, desde o final de abril, afetou a parcela de 24% que restavam ser colhidos no estado. Essas lavouras apresentam perdas que variam de 20% a 100%.
“Os prejuízos serão maiores nas regiões Centro, Sul e Oeste do Rio Grande do Sul, onde grandes extensões ainda não haviam sido colhidas. Diante dessas perdas significativas, os produtores estão acionando o seguro agrícola”, afirma o documento da Emater.
Segundo o informativo, aqueles produtores que não possuem cobertura para suas lavouras buscarão renegociar as dívidas com os cerealistas e com outros financiadores da safra, transferindo para os períodos futuros a quitação dos débitos.
A estimativa de produtividade de soja projetada inicialmente era de 3.329 kg/ha (55,4 sacas), mas deverá variar negativamente, dependendo dos resultados de lavouras a colher ou perdidas.