A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na última sexta-feira (8), do 2º Encontro de Mulheres do Agro Baiano, realizado durante o e-Agro 2024, em Salvador. O evento reuniu mais de 450 mulheres do setor agropecuário e teve como tema central a sustentabilidade e a inovação na produção agrícola.
A assessora de Sustentabilidade da CNA, Jordana Girardello, destacou o papel da agropecuária brasileira na segurança alimentar e mitigação das mudanças climáticas. Ela ressaltou como o Brasil aumentou a produção agrícola utilizando tecnologias de baixo carbono, sem expandir a área de cultivo, citando a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e a recuperação de áreas degradadas como soluções sustentáveis.
Jordana também trouxe dados sobre o uso do solo no Brasil, informando que o país utiliza apenas 30,2% de sua área para a agropecuária, mantendo 66,3% de vegetação nativa preservada. Em comparação com outros países, o Brasil ocupa apenas 7,8% de seu território com lavouras, o que reflete um aumento na produtividade sem a necessidade de abrir novas áreas para plantio — o que é chamado de “efeito poupa-terra”.
Outro ponto abordado pela especialista no evento foi o compromisso do Brasil com o Código Florestal e o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Embora existam mais de 7,2 milhões de produtores cadastrados no CAR, Jordana destacou que a regularização ambiental ainda enfrenta desafios significativos, como a falta de estrutura nos órgãos estaduais de meio ambiente e a escassez de profissionais qualificados. Ela alertou que a falta de regularização prejudica o acesso de muitos produtores ao crédito rural e aos mercados.
Jordana também mencionou iniciativas da CNA, como os programas RetifiCAR e Pravaler, que buscam apoiar os produtores na regularização ambiental de suas propriedades.
Por fim, a assessora ressaltou a participação da CNA na próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), que acontecerá em Baku, Azerbaijão, na próxima semana. Ela destacou a importância de representar o setor agropecuário nas negociações internacionais, especialmente no que se refere à adaptação às mudanças climáticas, ao mercado de carbono e à redução de emissões de metano.