Neste início de dezembro, a Fenasoja celebra o centenário do plantio da soja no Brasil, marcando a trajetória de uma cultura que se consolidou como um dos pilares do agronegócio nacional. Inicialmente cultivada para alimentação animal, a soja viu sua produtividade crescer gradativamente, impulsionada pela crescente demanda global por óleos e proteínas vegetais.
A soja e o desenvolvimento regional
A soja desempenhou um papel determinante no desenvolvimento socioeconômico do Rio Grande do Sul, primeiro estado a receber os grãos da oleaginosa. A partir daí, a região se tornou pioneira na instalação de indústrias de maquinários agrícolas e esmagadoras de soja no país, além de avançar em tecnologias de produção.
A cultura se expandiu para o Centro-Oeste, o que demandou pesquisas para a adaptação da soja às novas condições climáticas. No Sul, a variação na duração do dia ao longo do ano é um desafio, enquanto na linha do Equador há maior estabilidade entre dia e noite. Isso exigiu o desenvolvimento de variedades adaptadas a essas condições.
Avanços nas tecnologias de sementes
A expansão para áreas tropicais envolveu desafios como a melhoria dos solos do cerrado e o controle de pragas e doenças. Nesse contexto, os avanços em genética e manejo foram essenciais para garantir a adaptabilidade da soja e aumentar seu potencial produtivo. As inovações no desenvolvimento de cultivares resistentes aos principais desafios da agricultura tropical e adaptadas às condições regionais têm sido fundamentais para a continuidade da expansão da cultura.
Diferentes finalidades
A soja é reconhecida pela sua importância na alimentação humana e animal, devido ao seu alto teor de proteínas e propriedades funcionais. Na dieta humana, substitui a proteína animal em produtos como leite de soja, tofu, farinha de soja e carnes vegetais. Na nutrição animal, é essencial na produção de rações para aves, suínos e bovinos.
Além disso, a soja tem diversos outros usos na indústria e na geração de energia. O óleo de soja é utilizado em produtos alimentícios, cosméticos, tintas e plásticos. Também é uma importante matéria-prima na produção de biodiesel, um dos combustíveis do futuro, e seus resíduos, como farelo e bagaço, são usados para a produção de biogás.