O cavalo crioulo movimenta R$ 5,36 bilhões ao ano no Brasil, valor que inclui, além da comercialização de animais, atividades correlacionadas, como mercado veterinário, medicamentos, rações, turismo e o crescente fluxo de provas esportivas atreladas à equinocultura.
O dado provém do estudo PIB do Cavalo Crioulo, divulgado nesta quarta-feira (3) pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Crioulos (ABCCC) e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).
Segundo o levantamento, áreas do comércio de indumentárias e de serviços, como selarias e ferrageamento também estão inclusas na conta. Assim, levando-se em conta um rebanho de 508.080 animais, pode-se afirmar que cada cavalo crioulo é responsável pela movimentação de R$ 10.549,93 ao ano no Brasil.
Geração de empregos
A pesquisa indicou também que o cavalo crioulo gera 31,3 mil empregos diretos e mais de 130 mil indiretos no país, levando renda para mais de 160 mil famílias.
“Esses dados nos trazem uma radiografia setorial essencial para fundamentar nossos planos de expansão. O cavalo é mais do que uma paixão do Sul do Brasil ou uma ferramenta de trabalho no campo. Hoje, é a base de empresas lucrativas, ferramenta para tratamento de saúde mental, sem falar no mundo do esporte”, destacou o presidente da ABCCC, André Rosa.
Empossado na última segunda-feira (1), ele aposta na expansão das provas e das modalidades esportivas em diferentes regiões para incrementar ainda mais o valor de mercado da raça.
Isso porque o estudo indica que o esporte é o foco da maior parte dos criatórios de cavalos crioulos em operação no Brasil (75%). As provas de maior impacto são o Laço Comprido e Doma de Ouro, apesar de o Freio de Ouro e a Morfologia serem as estrelas da programação da raça.
A segunda finalidade para uso da raça está no trabalho de campo (22,56%). “O esporte é a mola de expansão das criações nos estados do Sudeste e Centro-Oeste. A raça é muito adaptada para uso em rodeios e acreditamos em um avanço consistente nos próximos anos”, ponderou o gerente de expansão da ABCCC, Gérson de Medeiros.
Sediado em São Paulo, o executivo vem operando na ampliação da agenda de provas na chamada Região 8, que inclui Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Ele estima que em 2026, a raça deve ter uma ampliação de 15% no número de provas nessas localidades.
A pesquisa da ABCCC e Esalq/USP também estudou as propriedades onde os cavalos crioulos são criados. Os estabelecimentos têm, em média, 440 hectares, dos quais 92 hectares são destinados para uso da tropa. A principal ocupação dos proprietários está relacionada à agricultura (64,95% dos criadores) e à pecuária (22,45%).
Estado berço da raça
Os dados tabulados pela Esalq mostram que 80% da renda gerada e dos cavalos crioulos criados no Brasil está no Rio Grande do Sul: R$ 4,28 bilhões e 412 mil animais. Santa Catarina ocupa a segunda colocação com 33,7 mil e o Paraná a terceira com 31,8 mil.
“O Rio Grande do Sul segue como berço da raça e como uma região com expressão de criatórios e qualidade genética. A força do cavalo crioulo ecoa por todos os 497 municípios gaúchos, garantindo pulverização de renda e emprego”, diz o presidente da ABCCC.
No entanto, para ele, os dados também mostram um grande potencial de expansão de uso desse animal no resto do Brasil. “Não há limites para as manadas de crioulos no Brasil e no mundo”, frisou Rosa, que recentemente participou de agenda internacional da raça na Itália.








