As exportações de carne bovina do Brasil mantiveram trajetória de crescimento em abril de 2025, com embarques que totalizaram 273,4 mil toneladas e geraram receita de US$ 1,33 bilhão. A China manteve a liderança no mês, com 107,8 mil toneladas exportadas (39,4% do total) e US$ 530 milhões em receita. Os Estados Unidos ocuparam a segunda posição, com 47,8 mil toneladas (17,5%). No entanto, um dado chama a atenção: em comparação com abril de 2024, os EUA compraram 498% mais carne no período.
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No acumulado do quadrimestre, os americanos mais que quintuplicaram suas compras, somando 135,8 mil toneladas e consolidando-se como o segundo maior destino das exportações brasileiras (14,3% de participação). Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/MDIC), compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC).
Os números expressivos coincidem com o período em que entraram em vigor as sobretaxas do governo Donald Trump. Mesmo com tarifas mais altas, os Estados Unidos ampliaram significativamente as compras de carne brasileira.
Dados gerais das exportações de carne bovina brasileira
Os números representam altas de 13,1% em valor e de 10,2% em volume na comparação com março. Em relação a abril de 2024, o avanço foi de 27,6% em receita e de 15,3% em volume exportado. A categoria in natura respondeu por 88,4% do volume total exportado e por 91,3% do faturamento em abril, reforçando sua posição de liderança entre os produtos embarcados.
No acumulado de janeiro a abril, o Brasil exportou 949,9 mil toneladas de carne bovina, crescimento de 13,5% em relação ao mesmo período de 2024. A receita somou US$ 4,55 bilhões, avanço de 23,7%. A China segue como principal destino no ano, com 392,3 mil toneladas embarcadas (US$ 1,89 bilhão), alta de 12,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Isso representa 41,3% do volume total exportado.
Destaca-se também o crescimento nas exportações de gordura bovina, que avançaram 199,4% em volume em relação a abril do ano passado. As carnes industrializadas (+11,5% em receita), miúdos (+11,8%) e produtos salgados (+62,2%) também apresentaram desempenho positivo, sinalizando a diversificação da pauta exportadora.
Principais destinos da carne brasileira
Completam a lista dos dez principais mercados no quadrimestre de 2025: Chile (39.819 t), Hong Kong (33.711 t), União Europeia (29.777 t), Egito (27.421 t), Rússia (27.397 t), Argélia (24.985 t), México (24.313 t) e Arábia Saudita (20.909 t).
Em abril, além da China e dos Estados Unidos, também se destacaram o México (10.978 t), Hong Kong (9.423 t), Chile (9.329 t), Egito (9.099 t), Rússia (7.938 t), União Europeia (7.425 t), Filipinas (7.078 t) e Arábia Saudita (6.294 t), que, juntos, responderam por mais de 81% dos embarques do mês.
“Esse desempenho é fruto direto do trabalho integrado de toda a cadeia da pecuária brasileira — do produtor ao frigorífico exportador — e da imagem de qualidade, sustentabilidade e confiabilidade construída ao longo dos anos. Embora apenas cerca de 30% da produção nacional seja destinada à exportação, esse volume representa uma das principais fontes de geração de divisas para o Brasil, movimenta centenas de municípios e garante o aproveitamento pleno da carcaça, incluindo produtos distintos do consumo interno. Seguimos empenhados no compromisso de abastecer o mundo com excelência e contribuir para o crescimento do nosso país”, afirma Roberto Perosa, presidente da ABIEC.
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