Pecuaristas, a história da pecuária brasileira se confunde com a história de uma das raças mais antigas do país. O caracu, um taurino originário da Península Ibérica, foi a primeira raça bovina a desembarcar no Brasil, trazida por portugueses e espanhóis em 1534. Naquela época, o animal era tido como de tripla aptidão: carne, leite e tração. Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes desta incrível história.
O programa Giro do Boi recebeu Renato Francisco Visconti Filho, vice-presidente da Associação Brasileira de Criadores de Caracu (ABC Caracu), para contar a história de resgate dessa raça que se tornou um patrimônio da pecuária nacional.
O resgate de um patrimônio da pecuária nacional

A seleção natural ao longo dos séculos fez com que o caracu desenvolvesse características desejáveis para a pecuária nacional, como:
- Rusticidade e docilidade: O animal se adaptou ao clima e ao solo do Brasil tropical.
- Precocidade sexual e de desenvolvimento: O que o torna um animal de ciclo curto.
- Habilidade maternal: Qualidade que o torna uma excelente matriz na cria.
- Inigualável adaptação: O caracu é adaptado às nossas condições de clima e solo.
A raça chegou a ser a segunda maior do Brasil até a década de 1960. No entanto, por falta de foco e pela expansão de outras raças, ela foi dada como extinta.
Renato Visconti Filho, cirurgião dentista aposentado e produtor rural, é um dos responsáveis pelo seu resgate. Ele, que produzia nelore, angus e brahman, decidiu resgatar a paixão de seu avô na criação de caracu.
O renascimento do caracu e o papel da ABC Caracu


Renato Visconti Filho iniciou a criação de gado puro caracu em 2010. Ele se associou à ABC Caracu e, ao visitar outros criatórios, viu o potencial da raça.
Em 2019, ele foi eleito presidente da associação, com a missão de não deixar a raça “perder terreno” novamente. Hoje, a ABC Caracu é presidida por Isabel Penteado (SP), e Renato atua como vice-presidente.
A ABC Caracu é responsável por manter a associação viva e por impulsionar projetos de resgate e melhoramento genético.
A raça, que um dia foi o maior rebanho do Brasil, está de volta, revivendo um passado glorioso graças ao trabalho de pessoas dedicadas, que acreditam em sua genética e na sua adaptabilidade às condições brasileiras.