A adoção de novas variedades de cana-de-açúcar pode aumentar o rendimento agrícola em pelo menos 20% e gerar ganhos de até 2 toneladas de açúcar por hectare. Essa é a conclusão de um estudo realizado pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), com base em sua Plataforma de Benchmarking, que reúne dados de mais de 175 usinas, representando 80% da moagem da região Centro-Sul do Brasil.
De acordo com Luciana Castellani, gerente de Melhoramento Genético do CTC, o aprimoramento contínuo no desenvolvimento genético das variedades de cana tem sido essencial para alcançar esses resultados.
“Variedades mais recentes apresentam maior produtividade devido a processos modernos de seleção, que as tornam mais resistentes a pragas, doenças e mudanças climáticas, além de atenderem às demandas de mercado de forma mais eficiente”, afirmou Castellani.
Avanços no melhoramento genético
Um dos principais fatores que impulsionam os ganhos genéticos é a redução do ciclo de recorrência de novos genitores, permitindo maior agilidade na introdução de cultivares com melhores desempenhos e adaptadas a diferentes condições edafoclimáticas.
“O manejo correto, alinhado ao potencial produtivo de cada ambiente, é crucial para maximizar a produtividade”, destacou Ricardo Neme, gerente de Marketing do CTC. Ele reforça que o manejo adequado, seguindo as bulas das novas variedades, pode gerar ganhos adicionais de 14% ou 1,2 toneladas de açúcar por hectare.
Impacto financeiro
A pesquisa aponta que variedades desenvolvidas após os anos 2000 apresentam uma performance 20,6% superior em toneladas de açúcar por hectare (TAH) em relação às variedades lançadas na década de 1980. Já as variedades elite, lançadas mais recentemente, superam em 36,6% o rendimento de cultivares mais antigas, em toneladas de açúcares totais recuperáveis por hectare (ATR).
Quando analisado o impacto financeiro, a escolha de uma variedade moderna pode gerar um lucro bruto adicional de R$ 3 milhões em um ciclo de cinco anos. Ao dobrar a área de cultivo com essas variedades, o lucro sobe para R$ 6 milhões, evidenciando a importância da antecipação da adoção dessas cultivares.
Biotecnologia como aliada
As variedades Bt, resistentes à broca-da-cana, também desempenham um papel estratégico, principalmente em áreas mais suscetíveis à praga, protegendo a produtividade e ampliando os resultados.
Os dados do estudo reforçam o papel da biotecnologia e da inovação genética no aumento da eficiência e rentabilidade do setor sucroenergético, destacando o impacto positivo das novas variedades na sustentabilidade e competitividade da produção canavieira no Brasil.
As informações foram fornecidas pela assessoria de imprensa do CTC.