O presidente da Aprosoja Brasil, Mauricio Buffon, chamou a atenção para os desafios logísticos que o país enfrenta, mesmo em um momento favorável para as exportações. Em um vídeo gravado em Estreito, na divisa entre Tocantins e Maranhão, Buffon mostrou as dificuldades enfrentadas na região, destacando a queda da ponte JK sobre o rio Tocantins, um ponto crítico para o escoamento da produção agrícola.
Ele relatou que precisou esperar cerca de duas horas para conseguir atravessar de balsa, o que exemplifica os gargalos logísticos que afetam o agronegócio brasileiro. Segundo ele, o Brasil poderia estar aproveitando melhor as oportunidades no mercado internacional, especialmente diante dos ‘tarifaços’ globais que têm afetado outros exportadores.
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No entanto, os entraves na infraestrutura, como estradas em más condições, portos operando acima do limite e a falta de novos investimentos, comprometem a capacidade do país de atender à crescente demanda externa. Buffon reforça que, enquanto essas barreiras persistirem, o país continuará perdendo espaço e competitividade em um cenário global que poderia ser muito mais vantajoso para o produtor brasileiro.
Guerra comercial e o mercado da soja
Com a intensificação da guerra comercial entre China e Estados Unidos, o Brasil tem se consolidado ainda mais como fornecedor estratégico de soja, com a China importando mais de 70 milhões de toneladas por ano. A soja brasileira é reconhecida pela sua alta qualidade, o que fortalece as exportações. No entanto, apesar do crescimento, os efeitos sobre outros setores ainda são limitados no curto prazo.
O dólar elevado e o custo maior da soja impactam a indústria de processamento, tornando derivados mais caros. No médio e longo prazo, espera-se um fluxo maior de dólares e uma relação comercial mais estreita com a China, o que pode trazer ganhos em tecnologia e desenvolvimento.