quinta-feira, 17 de julho de 2025

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Brasil pode diluir o volume de carne comprada pelos EUA a outros 160 destinos, diz Assocon

O presidente da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Maurício Velloso, acredita que não há motivo para a pecuária nacional temer a imposição de 50% de tarifa nas exportações aos Estados Unidos.

Segundo ele, o setor pode, com facilidade, diluir as 185 mil toneladas de carne bovina compradas pelos norte-americanos no primeiro semestre deste ano aos mais de 160 países que atualmente adquirem a proteína nacional.

Contudo, ele não desconsidera a importância que a terra de Donald Trump passou a representar aos embarques da carne bovina brasileira, cujo crescimento foi na ordem de 104% entre 2024 e o primeiro semestre de 2025.

“Entretanto, este valor, este volume, apesar de ter crescido de forma significativa, desejável e merece aplausos por isso, ainda assim não é tão representativo frente a todo o volume exportado pelo Brasil”, ressalta.

Neste contexto, Velloso diz não enxergar como lícita a pressão exercida por algumas indústrias para que o pecuarista acredite ser justo reduzir o preço pago a ele pela arroba. “Isso, de fato, vai contra os interesses de todo o mundo, de toda a pecuária nacional e do bom equilíbrio entre os elos da cadeia produtiva”, define.

Para ele, as tarifas impostas por Donald Trump impactam negativamente, sobretudo, os Estados Unidos. “O mercado de carne norte-americano sofre muito com o menor rebanho dos Estados Unidos desde 1960. Hoje, o rebanho bovino norte-americano é equivalente ao rebanho de 1960, sendo que, de lá para cá, cresceram muito tanto o mercado interno quanto as exportações norte-americanas”, contextualiza.

Assim, conforme o presidente da Assocon, a demanda por proteína animal dos Estados Unidos é fortíssima e o Brasil leva vantagem por ter um produto mais barato, praticamente 1/3 do custo da arroba norte-americana. “A carne bovina brasilera é interessantíssima para o mercado interno americano porque ela, é basicamente, utilizada para o blend de fabricação de hambúrguer e almôndegas, que é o grande mercado interno americano.”

Na opinião de Velloso, a taxação de 50% deve ser repensada pelo presidente dos Estados Unidos porque ela não é benéfica para ninguém. “Nós confinadores permanecemos com o nosso trabalho de bem produzir, de manter a oferta suficiente para atender o mercado externo e também o interno”, afirma.

Por fim, o presidente da entidade ressalta que o mercado pecuário já passou por momentos muito piores do que as taxas norte-americanas que podem começar a vigorar em 1 de agosto e, mesmo assim, se mantém em desenvolvimento constante.

www.canalrural.com.br

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