O Brasil deverá colher 178,1 milhões de toneladas de soja na safra 2025/26, um aumento de 6 milhões de toneladas, ou 3,5%, em relação às 172,1 milhões de toneladas da temporada anterior. A projeção foi da Agroconsult foi exibida durante evento da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), realizado ontem (27) em São Paulo. A área plantada deve chegar a 48,8 milhões de hectares, avanço de 2,1% ante os 47,8 milhões de hectares de 2024/25.
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Do incremento total previsto na produção, 3,6 milhões de toneladas deverão vir da expansão de área e 2,3 milhões de toneladas da melhora na produtividade. Segundo Pessôa, parte importante do ganho de rendimento está ligada à recuperação do Rio Grande do Sul, que sofreu perdas na safra passada.
“Em vários Estados, especialmente no miolo do Centro-Oeste, vamos voltar a produtividades mais próximas da normalidade e não nos níveis que alcançamos em 2025”, afirmou. Em Mato Grosso, por exemplo, a expectativa é de produtividade entre 62 e 62,5 sacas por hectare, abaixo das quase 67 sacas registradas na temporada anterior.
O plantio da safra 2025/26 atingiu 85% da área estimada até 26 de novembro, ritmo alinhado à média dos últimos cinco anos e praticamente igual ao observado em 2024/25. “Está muito bom do ponto de vista da implantação da lavoura este ano, apesar do comecinho um pouco preocupante”, disse Pessôa, citando o atraso inicial em Mato Grosso devido à falta de chuvas em setembro.
O crescimento de área, embora represente cerca de 1 milhão de hectares, é considerado expressivo diante das condições adversas do setor. “Pela situação atual da agricultura, é significativo crescer cerca de 1 milhão de hectares com a combinação de três fatores que temos enfrentado: alavancagem ainda relativamente alta, margens comprimidas e custo de capital muito alto”, explicou.
Segundo ele, produtores típicos do Cerrado estão atualmente com dívidas superiores a 2,5 vezes o seu lucro operacional (lucro antes de juros, impostos e depreciação), considerando apenas empréstimos formais em bancos, sem contar dívidas fora do sistema financeiro tradicional.
As exportações brasileiras de soja em 2026 devem chegar a 112 milhões de toneladas, aumento de 2,7% em relação às 109,1 milhões projetadas para 2025. A quantidade processada no mercado interno deve atingir 60 milhões de toneladas, alta de 2,5% sobre as 58,5 milhões estimadas para 2025. A safra também deve ter entrega antecipada, com cerca de 11 milhões de toneladas disponíveis já na primeira quinzena de janeiro de 2026.







