quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Brasil deve iniciar 2026 com o maior estoque de milho dos últimos seis anos

Ainda que a produção brasileira de milho da safra 2025/2026 recue 1,6% de acordo com a última previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e mesmo que as importações do grão tenham crescimento “zero”, o suprimento do próximo ano irá aumentar perto de 7%. Simplesmente porque o estoque inicial do grão vai ser quase 650% maior que o registrado um ano antes, no princípio de 2025.

Conforme a Conab, o Brasil iniciou o ano dispondo de um dos menores estoques de passagem de milho da história, menos de 2 milhões de toneladas, três quartos a menos que em 2024 ou, ainda, pouco mais de um décimo do estoque inicial de 2021 (15,312 milhões de toneladas).

Corrigiu essa distorção a supersafra registrada neste ano com 141 milhões de toneladas, 22% a mais que em 2024 e novo recorde de produção.

Com isso, mesmo aumentando o consumo e as exportações (incremento estimado em, respectivamente, 8% e 4%), 2025 está sendo encerrado com um estoque de passagem 649% maior que o do início do ano, alcançando o que corresponde também a novo recorde em relação às cinco últimas safras (só fica aquém do estoque final da safra 19/20).

Pelas previsões atuais, o estoque final do próximo ano pode, novamente, sofrer algum recuo. Mas a queda sugerida não chega a 4%, o que redunda em um estoque de passagem ainda superior a 13 milhões de toneladas.

Notar, no entanto, que a Conab está prevendo para 2026 consumo perto de 4,5% superior ao indicado para 2025. É um índice de expansão aquém do registrado no quinquênio 2021/2025, da ordem de 6,2% em média, puxado sobretudo pela produção de etanol. Que continua dando mostras de ir muito além.

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