Pecuaristas, a busca por carne de qualidade e maior lucratividade passa pela escolha de genéticas que se complementam de forma inteligente. Ariosto Barbieri, produtor rural no interior do estado de Mato Grosso do Sul, questiona se o cruzamento de touro bonsmara em vacas nelore é uma combinação indicada para produzir carne de alta qualidade. Assista ao vídeo abaixo e confira a resposta completa.
Nesta terça-feira (5), o zootecnista Alexandre Zadra, especialista em genética e cruzamento industrial de bovinos, respondeu a essa dúvida no quadro “Giro do Boi Responde”.
Ele explica que a combinação do bonsmara com o nelore é, de fato, uma excelente opção para o pecuarista que busca um gado de carne premium.
O bonsmara e a maciez da carne

Alexandre Zadra destaca que a maciez da carne está diretamente relacionada à quantidade de sangue taurino do animal. O bonsmara, uma raça desenvolvida a partir do cruzamento de raças africanas e europeias, é selecionado justamente por essa característica de qualidade de carne e precocidade.
Ao cruzar um touro bonsmara com uma vaca zebuína, o resultado é um animal meio-sangue taurino, assim como ocorre com outras raças taurinas (como angus, hereford, simental, caracu ou senepol).
Essa combinação genética garante que o animal produza uma carne naturalmente mais macia do que se fosse um zebuíno puro ou azebuado, atendendo às exigências dos mercados mais nobres.
Vantagens do cruzamento bonsmara x zebuíno


O cruzamento do bonsmara com vacas nelore não oferece apenas a vantagem da maciez. A combinação resulta em um animal com o chamado “pelo zero” (curto, liso e brilhante), uma característica essencial que o torna muito bem adaptado ao calor do Brasil tropical, um fator que impacta diretamente seu desempenho e produtividade.
As principais vantagens dessa combinação estratégica são:
- Carne macia: Os animais meio-sangue taurinos têm um grande potencial para produzir carne mais macia, com maior suculência e sabor.
- Adaptação ao calor: O pelo curto garante conforto térmico e melhor desempenho em climas quentes e úmidos, minimizando o estresse e o gasto de energia com a termorregulação.
- Melhor desempenho: A combinação resulta em uma fêmea que se destaca como boa matriz e em um macho com bom ganho de peso, otimizando a produtividade do rebanho como um todo.
Alexandre Zadra ressalta que, embora a genética seja fundamental, a maciez da carne também depende de outros fatores, como o manejo pré-abate e o manejo da carcaça (resfriamento, desossa e maturação).
No entanto, o cruzamento do touro bonsmara com vacas nelore é uma excelente estratégia para o pecuarista que busca produzir gado de qualidade e adaptado ao clima tropical.