A 42ª Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador, que acontece em Belo Horizonte até o dia 2 de agosto, vai além das tradicionais provas e julgamentos. O evento coloca o bem-estar animal como tema inegociável.
Para tanto, o Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais (CRMV-MG) participa ativamente da programação. A autarquia reuniu diretores em uma plenária dentro das dependências do Parque da Gameleira, onde a raça tipicamente brasileira marcha soberana.
No local, são deliberadas normas, resoluções e outras medidas que afetam a atuação de médicos veterinários e zootecnistas pelo Brasil.
O diretor-secretário do Conselho, José Carlos Pontello, reforça a responsabilidade do órgão em manter a saúde e bem-estar dos mais de 1.600 animais de 18 estados que estão presentes na exposição deste ano.
“São animais que estão servindo, ou seja, é uma festa para nós, mas eles estão trabalhando. Ninguém pensa nisso. Nós estamos comemorando os prêmios, mas uma égua premiada, um cavalo premiado, fica aqui quatro, cinco dias competindo e trabalhando. Então, a gente tem que respeitá-los e fazer o possível para que isso os agrida o mínimo possível. Precisamos gerenciar esse novo mundo de uma maneira que possamos ter a companhia deles e usufruir deles”, destaca.
Pontello decidiu ainda a criança ser médico veterinário. Especializado em bem-estar animal, ele avalia que o conceito é cada vez mais exigido em grandes competições. “Os profissionais que fazem o julgamento desses animais, eles têm muita sensibilidade. Então eles sabem, por exemplo, se esse animal está com um andamento, com uma movimentação, com um comportamento artificializado”, comenta.
Segundo ele, caso a marcha e o comportamento do cavalo ou da égua não for natural, espontâneo, é sinal de que o animal passou por algum sofrimento, fator que é levado em conta como ponto negativo pelos juízes.
Já para o oresidente do CRMV-MG, Affonso Lopes de Aguiar Júnior, as discussões no âmbito da autarquia visam ao desenvolvimento contínuo de uma profissão indispensável para a sanidade e o bem-estar animal.
“É o momento desses profissionais proporem questões e também se comunicarem. O estado de Minas Gerais é muito grande, digo que é um país, mensurando com nações da Europa, então as necessidades do profissional do do norte mineiro talvez não sejam iguais às do sul, do leste, do oeste. Então essa é a oportunidade dos colegas trazerem as suas demandas”, destaca.