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Banco de colostro pode aumentar sobrevivência e produtividade de bezerras

O colostro, leite de baixo volume produzido nos primeiros dias de lactação, é essencial para a saúde dos bezerros, atuando como uma verdadeira “primeira vacina” que protege os animais nas primeiras horas de vida. Rico em nutrientes e anticorpos, o colostro é tema central da entrevista com o zootecnista Rafael Azevedo no quadro Raio-X da Pecuária.

Azevedo destaca a importância desse líquido para a sobrevivência e o desenvolvimento produtivo das bezerras, além dos cuidados necessários na coleta e armazenamento.

Segundo Azevedo, o colostro desempenha um papel vital porque, ao nascer, o bezerro não possui proteção imunológica contra o ambiente externo. “O colostro é essencial, pois fornece os anticorpos e nutrientes que o bezerro precisa para sobreviver e crescer com saúde”, afirma.

A falta desse cuidado inicial pode resultar em maiores riscos de doenças, reduzido ganho de peso e até aumento na mortalidade. Um bezerro que não recebe colostro adequado tem duas vezes mais chances de morrer em comparação com aqueles que são bem alimentados logo ao nascer.

Outro ponto levantado por Azevedo é a prática de criar um banco de colostro, uma alternativa eficaz para propriedades de todos os tamanhos.

“Um banco de colostro permite que fazendas tenham colostro de qualidade armazenado para situações emergenciais, como o nascimento de gêmeos ou casos em que a vaca não produza colostro suficiente”, diz ele. O zootecnista recomenda o armazenamento em saquinhos de dois litros, devidamente identificados e congelados, prontos para serem utilizados conforme a necessidade.

A qualidade do colostro é fundamental, e Azevedo alerta para os cuidados de higiene na coleta e armazenamento. Como é um alimento rico em proteínas e gorduras, bactérias podem proliferar rapidamente caso o manuseio seja inadequado. O uso de luvas e recipientes limpos durante a coleta é essencial para evitar contaminações. Além disso, o refratômetro Brix é recomendado para avaliar a qualidade imunológica do colostro, que deve apresentar um índice mínimo de 25% para ser considerado adequado para o bezerro.

“Quando esses cuidados não são adotados, os impactos podem ser graves”, alerta Azevedo. Ele conta que um colostro contaminado pode causar doenças e prejudicar o crescimento do animal, resultando em perdas significativas para o produtor. Além da mortalidade, um bezerro que não recebe colostro de qualidade desde cedo terá comprometido seu desenvolvimento, influenciando negativamente seu peso ao desaleitamento e até sua produção de leite no futuro.

O banco de colostro e a correta colostragem representam investimentos que podem trazer vantagens econômicas a longo prazo, pois reduzem a mortalidade e melhoram a saúde geral do rebanho. Com essas práticas, os produtores têm a oportunidade de garantir um desenvolvimento mais robusto das bezerras e, assim, melhorar a rentabilidade da fazenda.

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