segunda-feira, 25 de novembro de 2024
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Até quando o risco de queimadas seguirá elevado em São Paulo?

Em um cenário de clima seco acima do normal, o risco de ocorrência de queimadas, como as registradas na última semana no estado de São Paulo, seguirá elevado até o início de outubro, exigindo atenção principalmente do agronegócio.

O alerta parte de boletim da Climatempo. De acordo com o climatologista da empresa, Vinicius Lucyrio, os meses de agosto e setembro tradicionalmente registram o pico das queimadas por ser um período em que o solo perde a umidade e há a continuidade da seca desde o início do inverno, deixando a vegetação ainda mais seca e suscetível a incêndios.

“As queimadas ocorrem geralmente ao longo de um período prolongado de seca, com pico imediatamente antes do retorno das chuvas. Neste ano, o cenário se agravou porque tivemos um verão com chuvas mais irregulares, que não garantiram uma recuperação eficaz da umidade do solo”, observa.

Além disso, o outono foi o mais quente da história no estado, e muito seco, assim como o inverno, apesar das ondas de frio intensas, mas pontuais. “Tudo isso deixou o solo menos úmido e antecipou as condições de secura da vegetação, levando à ocorrência de focos precoces de incêndio, em níveis muito acima do normal.”

Queimadas em São Paulo

O climatologista da Climatempo destaca que no último sábado, quando se registraram inúmeros incêndios, o estado de São Paulo também se encontrava na situação denominada de pré-frontal, ou seja, o período imediatamente anterior ao avanço de uma frente fria com quadrante noroeste, que corresponde à entrada de ar quente e seco de forma mais acelerada. “Esse cenário se agravou por conta dos ventos, que levaram as queimadas a se alastrar”, acrescenta.

De acordo com o secretário estadual de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Guilherme Piai, cerca de 5.200 propriedades agrícolas foram afetadas pelos incêndios que atingiram o estado. Cinco pessoas haviam sido presas, até a manhã desta terça-feira, como suspeitas de provocarem o crime.

O maior prejuízo até o momento foi do setor sucroalcooleiro, com R$ 400 milhões. Segundo Piai, o Governo de São Paulo instalou gabinete de crise, liberou R$ 100 milhões, em condições muito favoráveis de juros e pagamento, para os produtores iniciarem a recuperação dos danos e prejuízos.

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