Gestão socioambiental ganha força nas fazendas brasileiras
A assistência técnica com foco socioambiental tem ganhado espaço como estratégia fundamental para integrar sustentabilidade e gestão nas propriedades rurais. Ao adotar metodologias específicas, produtores de diversas culturas conseguem mapear riscos, identificar oportunidades e evoluir em indicadores ambientais, sociais e de governança — cada vez mais exigidos pelo mercado.
Nos últimos anos, esse tipo de suporte técnico avançou com a ajuda de plataformas digitais, aplicativos e tecnologias de monitoramento, o que ampliou o alcance e a eficácia do serviço em áreas agrícolas e pecuárias de grande porte.
De diagnóstico ao mercado: como funciona na prática
A estrutura da assistência técnica socioambiental envolve:
- Visitas de campo realizadas por técnicos qualificados
- Diagnóstico socioambiental completo, com plano de ação sob medida
- Monitoramento contínuo com uso de tecnologias como imagens de satélite
- Plataformas digitais que consolidam indicadores de desempenho da fazenda
- Transparência de dados para empresas compradoras e instituições financeiras
Essa abordagem transforma dados em estratégia, posicionando o produtor como agente ativo de sustentabilidade, com ganhos em eficiência e acesso a mercados mais exigentes.
Impacto em números
Nos últimos cinco anos, iniciativas do tipo já chegaram a mais de 10 mil propriedades rurais, monitorando quase 8 milhões de hectares com base em critérios socioambientais estruturados.
Os principais impactos registrados incluem:
- Redução de passivos ambientais
- Melhoria no uso de recursos naturais, como água e solo
- Regularização fundiária e trabalhista
- Acesso a certificações internacionais, como RTRS para soja
- Bonificações de até 2% no valor de comercialização em programas de agricultura regenerativa
ESG e o campo: uma convergência inevitável
A agenda ESG (ambiental, social e de governança) deixou de ser tendência para se tornar fator de competitividade no agronegócio. Produtores que conseguem mensurar e comprovar suas práticas sustentáveis saem na frente na hora de negociar com grandes tradings, indústrias e instituições financeiras.
Além disso, o acesso ao crédito verde já começa a considerar indicadores socioambientais como critério de avaliação de risco. Iniciativas nesse sentido abrem espaço para linhas de financiamento com condições mais vantajosas para quem comprova boa gestão ambiental e social.