O mercado brasileiro de boi gordo enfrentou forte retração nos preços da arroba em maio. Em Minas Gerais, por exemplo, a queda chegou a 9,7% ao longo dos últimos 30 dias.
O analista de Safras & Mercado Fernando Iglesias, destaca que a expectativa é de que os frigoríficos ainda tentem forçar quedas nos preços pagos pelo boi no curto prazo, diante das escalas de abate mais confortáveis, fechadas em média para oito dias úteis no país.
Segundo ele, ao longo da segunda metade do mês em diante, o mercado passou a ficar mais apreensivo também com relação aos desdobramentos do foco de influenza aviária de alta patogenicidade, a gripe aviária, registrado em granja comercial de matrizeiros no município gaúcho de Montenegro.
“O embargo às exportações de boa parte da carne de frango do Brasil não gerou grande impacto nas cotações da proteína no atacado, o que era motivo de preocupação para a cadeia pecuária”, considera.
Os preços da arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do Brasil estavam assim no dia 30 de maio:
- São Paulo (Capital): R$ 306,50, baixa de 2,7% frente os R$ 315 praticados no encerramento de abril
- Goiás (Goiânia): R$ 289,29, queda de 3,5% perante os R$ 300 registrados no final do mês passado
- Minas Gerais (Uberaba): R$ 288,82, recuo de 9,7% frente aos R$ 320,00 praticados no fechamento do mês anterior
- Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 304, retração de 5% em relação aos R$ 320 registrados anteriormente
- Mato Grosso (Cuiabá): R$ 300, desvalorização de 7,69% ante os R$ 320 observados no final de abril
- Rondônia (Vilhena): R$ 265, queda de 5,36% frente aos R$ 280 praticados no encerramento do mês anterior
Mercado atacadista
Iglesias informa que o mercado atacadista apresentou queda em seus preços no decorrer de maio, especialmente a partir da segunda quinzena. Ele acrescenta que o ambiente de negócios ainda sugere novos recuos no curto prazo em meio a reposição mais lenta entre o atacado e o varejo.
O analista afirma que a preferência de boa parte da população por proteínas mais acessíveis é uma tendência incontestável em 2025.
O quarto do traseiro do boi foi cotado a R$ 23,90 o quilo, queda de 4,40% frente aos R$ 25,00 praticados no final de abril. Já o quarto do dianteiro do boi foi vendido por R$ 19,00 o quilo, recuo de 5,00% frente aos R$ 20,00 registrados no fechamento do mês passado.
Exportações de carne bovina
Uma boa notícia para o Brasil no fechamento deste mês de maio foi a conquista da certificação de livre de febre aftosa sem vacinação por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
O analista de Safras & Mercado destaca que a medida abre caminho para o país ingressar em mercados que remunerem melhor pela carne bovina, como Japão e Coreia do Sul.
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 899,9 milhões em maio (16 dias úteis), com média diária de US$ 56,243 milhões, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
A quantidade total exportada pelo país chegou a 173,804 mil toneladas, com média diária de 10,862 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 5.117,70.
Em relação a maio de 2024, houve alta de 23,7% no valor médio diário da exportação, ganho de 7,6% na quantidade média diária exportada e avanço de 15% no preço médio.