domingo, 22 de dezembro de 2024

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Arroba do boi em 2023: abate recorde limita preços

O ano do boi gordo foi marcado por números recordes no setor de pecuária no Brasil, com abates de bovinos e produção de carne bovina atingindo patamares históricos.

Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, esse foi um dos fatores que contribuiu para limitar avanços mais expressivos nos preços da arroba.

A estimativa de Safras & Mercado, levando em conta dados de inspeção federal, estadual e municipal, indica que o Brasil deve fechar o ano com abates de 34,2 milhões de bovinos, crescimento de 8% na comparação a 2022. Boa parte desse aumento foi determinado pelo abate de fêmeas, que cresceu 10,2% em relação ao ano anterior.

O analista destaca que essa percepção já estava presente nas análises realizadas no encerramento de 2022, uma vez que o pecuarista focado em cria já sinalizava para problemas de margem, apontando justamente para a ampliação do descarte nos meses que se seguiram.

Isso de fato aconteceu, gerando um adicional de oferta que produziu expressiva queda dos preços da arroba do boi gordo.

A produção de carne bovina em 2023 deve atingir números históricos de 9,467 milhões de toneladas em equivalente carcaça, crescimento de 8,1% se comparado a 2022.

As exportações de carne bovina tiveram números mais tímidos ao longo do ano, na comparação com 2022, muito em função do declínio observado durante os três primeiros meses de 2023 por conta dos casos atípicos de vaca louca no Brasil, que levaram a uma interrupção dos embarques para a China.

O analista acredita que o país deverá fechar 2023 com embarques de 3,239 milhões de toneladas de carne bovina em equivalente carcaça, decréscimo de 3% se comparado a 2022.

Com os números mais delimitados nas exportações, houve um importante aumento na oferta doméstica de carne bovina no decorrer de 2023.

A disponibilidade interna deve ser de 6,27 milhões de toneladas em equivalente carcaça, crescimento de 14,59% na comparação a 2022.

De forma geral, o analista ressalta que o ano foi marcado por um cenário de maior consumo de carne bovina pela população brasileira, o que interferiu na formação dos preços das proteínas concorrentes, como a carne de frango e a suína.

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