sábado, 5 de outubro de 2024
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Apicultoras de mel branco conquistam prêmio nacional

As apicultoras Adriana de Bortoli, da Apicultura do Máximo, em Jaquirana, e Liane de Oliveira, do Apiário Cambará, em Cambará do Sul, se destacaram no concurso CNA Brasil Artesanal – Mel 2024, na categoria mel claro, em setembro.

Adriana conquistou o 1º lugar, enquanto Liane ficou em 4º. O concurso contou com a participação de apicultores de todo o país, competindo nas categorias de mel claro e mel escuro.

As apicultoras fazem parte de um projeto piloto, junto com outros 10 produtores da região. O projeto está sendo desenvolvido pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), a partir de uma demanda dos apicultores da região.

A pesquisadora do DDPA na área de desenvolvimento rural, Larissa Ambrosini, destaca que será feita uma publicação com base nos resultados iniciais das amostras do projeto piloto.

A coleta de dados vai iniciar nesta primavera, e o objetivo geral é disponibilizar informações científicas que permitam subsidiar um pedido de Indicação Geográfica por parte dos apicultores e meliponicultores deste território.

O levantamento inclui a caracterização das condições edáficas e das condições climáticas da região produtora; levantamento florístico e fitossociológico; identificação de abelhas visitantes florais de carne-de-vaca (Clethra scabra); análise polínica de amostras de mel branco e reconstituição da história de produção do mel branco no território. O trabalho deve ser desenvolvido até 2026.

Mel branco

O mel branco é produzido a partir das flores da árvore carne-de-vaca (Clethra scabra) Foto: Fernando Dias/Ascom Seapi

O município de Cambará do Sul destaca-se na produção de mel floral no Rio Grande do Sul. Além do mel floral, Cambará produz o mel de melato, conhecido como “mel preto”, e o “mel branco”. Sobre esse último, pesquisas e registros são muito escassos.

Segundo os produtores locais, ele é obtido a partir do néctar de flores de espécies de plantas nativas, resultando num mel claro, com sabor característico.

O produto é conhecido como “mel branco de Cambará”, mas é produzido igualmente nos municípios de Jaquirana e São José dos Ausentes, tendo boa aceitação e sendo comercializado a preços maiores, comparativamente ao mel floral. Há demanda por pesquisas para subsidiar uma futura Indicação Geográfica para esse mel.

“É muito importante divulgar o nosso mel branco, que é típico aqui da nossa região, e que tem todo um processo na hora da colheita para a classificação. Isso porque, às vezes, em uma melgueira pode ter o mel branco, que é da flor da carne-de-vaca, e o mel silvestre, da nossa Mata Nativa”, afirma a apicultora de Jaquirana, Adriana de Bortoli.

Ela conta que está na apicultura desde 2008, quando foi morar em Jaquirana. Ela e o marido tocavam a propriedade e a produção de mel juntos, mas desde que ele faleceu em 2019, segue à frente do negócio junto com a mãe Evanilda, a filha Juliana, de 16 anos e o namorado Vinícius Ribeiro.

A agroindústria conquistou o Selo de Inspeção Municipal (SIM) em 2019 e Adriana conta que está sempre se atualizando, fazendo cursos, participando das atividades desenvolvidas pela associação de apicultores para aprimorar a produção.

Reconhecimento de 40 anos de trabalho

Foto: divulgação/Apicultura do Máximo

Adriana diz que receber o 1º lugar no prêmio CNA, na categoria mel branco, “foi uma conquista muito grande e um reconhecimento do nosso trabalho de anos, em sempre querer levar um produto de qualidade para a mesa do consumidor”.

“Essa premiação foi fantástica, estamos muito felizes, é o reconhecimento de mais de 40 anos de trabalho e muita dedicação. Mostra que estou no caminho certo, seguirei cada vez mais motivada em poder divulgar nosso mel branco e a nossa cidade. E falar para todos da importância das abelhas e mostrar que existem méis maravilhosos em nosso país”, destaca Liane de Oliveira, do Apiário Cambará, que ficou com o 4º lugar na categoria mel claro.

O Apiário Cambará teve início em maio de 1982 com o pai de Liane, Irineu Castilhos. A agroindústria foi a primeira da cidade a conseguir o SIM, no ano de 2009.

“Em 2018, meu pai teve um problema de saúde bem na safra, tinha na época 420 caixas de abelhas. Ou eu assumia ou assumia”, lembra a apicultora. “Descobri que minha vida são as abelhas e de fato virei apicultora. No final de 2023 realizamos um grande sonho: a conquista do selo Arte”, conta. E neste ano de 2024, a conquista do prêmio da CNA.

*Sob supervisão de Victor Faverin


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