O relatório de fevereiro de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado nesta quinta-feira (08), foi o destaque da semana no mercado, mas não trouxe maiores surpresas para o milho.
Persiste a perspectiva de uma ampla oferta global, o que é fator baixista para o cereal na Bolsa de Chicago (CBOT) e no mercado mundial.
Os Estados Unidos deverão colher 15.342 bilhões de bushels na temporada 2023/24, mesmo volume indicado em janeiro. A produtividade média em 2023/24 deve atingir 177,3 bushels por acre, sem alterações frente ao número estimado no mês passado.
A área a ser plantada deve ficar em 94,6 milhões de acres, sem alterações frente ao relatório anterior. A área a ser colhida foi prevista em 86,5 milhões de acres, sem mudanças frente ao mês passado.
Os estoques finais da passagem da safra 2023/24 foram estimados em 2,172 bilhões de bushels, acima dos 2,162 bilhões de bushels previstos no mês passado e dos 2,134 bilhões de bushels esperados pelo mercado. As exportações em 2023/24 foram indicadas em 2,10 bilhões de bushels (2,10 bilhões de bushels também previstos em janeiro).
O uso de milho para a produção de etanol foi indicado em 5,375 bilhões de bushels, sem mudanças ante o mês passado.
Em relação aos dados mundiais, o USDA revisou a safra global 2023/24 projetada para 1.232,57 milhões de toneladas, abaixo das 1.235,73 milhões de toneladas indicadas em janeiro.
O USDA estima os estoques finais da safra mundial 2023/24 em 322,06 milhões de toneladas, abaixo dos 325,22 milhões de toneladas indicadas no mês passado e dos 324 milhões de toneladas previstas pelo mercado. A estimativa da safra brasileira é de 124 milhões de toneladas em 2023/24, abaixo das 127 milhões de toneladas indicadas no mês passado.
A produção da Argentina deve atingir 55 milhões de toneladas, sem alterações. A Ucrânia manteve sua projeção de safra em 30,5 milhões de toneladas na temporada 2023/24.
A África do Sul teve uma safra indicada em 16,8 milhões de toneladas, sem mudanças. A China, por sua vez, teve uma estimativa de produção para 2023/24 mantida em 288,84 milhões de toneladas.
Mercado brasileiro
O mercado brasileiro de milho apresentou pouca movimentação, com negociações arrastadas em diversas regiões, como São Paulo e Paraná.
Os produtores demonstram menor intenção de venda, enquanto os consumidores se mantêm tranquilos em relação ao abastecimento, comprando de forma comedida.
Apesar da baixa atividade, os preços do milho em balcão registraram alta no Paraná.
Preços do milho em diferentes regiões do Brasil
- Porto de Santos: R$ 59-65 a saca (CIF)
- Porto de Paranaguá: R$ 58-64 a saca
- Cascavel: R$ 56-60 a saca
- Mogiana: R$ 58-62 a saca
- Campinas CIF: R$ 63-65 a saca
- Erechim: R$ 56,50-57,50 a saca
- Uberlândia: R$ 58-60 a saca
- Rio Verde CIF: R$ 55-60 a saca
- Rondonópolis: R$ 40-45 a saca