Senador Astronauta Marcos Pontes (PL/SP) manifesta preocupação com as denúncias de fraude em licitação da Secom PR. (em 03/07/2024)
Vergonha! O Brasil afunda em ranking de corrupção. Precisamos acabar com a impunidade que destrói nosso país.
DIRETO DE BRASÍLIA – O Brasil atingiu a pior pontuação da sua história no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2024. A queda para a 107ª posição, divulgada pela Transparência Internacional, é um golpe duro para a nossa democracia e expõe a fragilidade dos mecanismos de combate à corrupção. Não é surpresa para ninguém que a corrupção sempre foi um grande problema no país, mas o que estamos vendo agora é um verdadeiro desmonte das poucas conquistas que havíamos alcançado no combate a esse mal. É inaceitável e revoltante que um país com tanto potencial e recursos seja constantemente prejudicado por essa “doença” que permeia todas as esferas de governo e setor público.
A nota do Brasil é um claro sinal de que estamos retrocedendo na luta contra a corrupção e revela que a percepção sobre a corrupção no setor público brasileiro está em seu nível mais alarmante desde 2012. Estamos ao lado de países que enfrentam sérios problemas de governança e integridade. O relatório nos coloca em situação de igualdade com nações como Nepal, Argélia e Turquia. Enquanto Dinamarca, Finlândia e Singapura lideram o ranking com altas pontuações, mostrando que o combate à corrupção é possível quando há vontade política e instituições comprometidas com a transparência, o Brasil se afunda.
Esses dados são reflexos claros de uma falha generalizada na implementação de políticas eficazes de combate à corrupção. O relatório da Transparência Internacional é contundente ao afirmar que o Brasil falhou em reverter a trajetória de desmonte da luta contra a corrupção nos últimos anos. Esse retrocesso não só mancha nossa reputação internacional, como afasta investimentos e compromete o desenvolvimento econômico do país.
Desastre à vista: a corrupção ameaça o futuro do Brasil!
O relatório da Transparência Internacional expõe de maneira clara e com precisão como a corrupção foi institucionalizada no Brasil nos últimos anos e destaca as inúmeras falhas e omissões que levaram a essa situação lastimável desde o silêncio do presidente Lula sobre o tema, até a impunidade escancarada para corruptos poderosos. A inércia do governo em apresentar projetos de lei e políticas anticorrupção consistentes é um sinal de alerta.
Corrupção escancara a crise!
O silêncio de Lula
A pesquisa aponta para uma série de fatores que contribuíram para esse resultado desastroso. O silêncio do presidente Lula sobre o assunto é gritante. A falta de compromisso do governo com o tema, evidenciada pela ausência de menções à palavra “corrupção” em discursos e pela demora em apresentar um plano de combate à corrupção, é um dos pontos mais críticos. Não há políticas efetivas de combate à corrupção, não há projetos que fortaleçam os mecanismos de fiscalização, não há interesse em impedir o saque ao dinheiro público.
“O silêncio do presidente Lula sobre o tema da corrupção condiz com o deserto de projetos de lei e políticas anticorrupção que marcaram quase toda a primeira metade de seu mandato”.
Denúncias contra órgãos e blindagem de ministros
As denúncias envolvendo órgãos como a Codevasf e a blindagem de ministros investigados por corrupção são exemplos da falta de comprometimento com a transparência e a justiça.
“o. Lula não apenas ampliou o volume de recursos de emendas na barganha política com o Congresso, como mantém intocada a administração de agências eivadas de denúncias de corrupção, como é o caso da Codevasf, verdadeiro braço executivo do “Orçamento Secreto”. Mais grave, o presidente persiste na blindagem de seu ministro das Comunicações, Juscelino Filho, meses após ele ser indiciado pela Polícia Federal por corrupção passiva, fraude em licitação e organização criminosa — tudo isso ligado a esquemas de desvio de emendas. A manutenção de um ministro sob tamanha suspeição de corrupção converge com a reabilitação pública, por Lula, de figuras símbolos da corrupção e da impunidade no Brasil dos últimos anos…”
Figuras conhecidas por escândalos de corrupção
O governo faz questão de se aproximar de figuras conhecidas por escândalos de corrupção, como os irmãos Joesley e Wesley Batista. Dão acesso privilegiado a empresários corruptos ao Palácio do Planalto, beneficiando-os com medidas que aumentam a conta de luz dos brasileiros.
“como é o caso dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Em abril, o presidente da República visitou fábrica da JBS em Mato Grosso do Sul e discursou elogiando os irmãos e atacando a Operação Lava Jato. Mais grave que os afagos públicos foi o acesso concedido ao Palácio do Planalto para reuniões fora da agenda, seguidas de medida provisória que garantiu benefícios bilionários aos negócios dos Batista na área de energia e resultaram na elevação da conta de luz das empresas e famílias brasileiras”
Impunidades e o STF
É revoltante ver o STF anular condenações de corruptos poderosos, como os envolvidos na Lava Jato, permitindo que recuperem o dinheiro roubado. As decisões controversas do Supremo Tribunal Federal são sinais alarmantes de que o combate à corrupção está longe de ser prioridade no Brasil. A recente decisão do ministro Dias Toffoli de anular as provas da Lava Jato é um exemplo de como a Justiça brasileira parece estar mais preocupada em proteger os corruptos do que em puni-los. Não basta apenas livrar corruptos da prisão; agora o plano é devolver a eles o dinheiro que roubaram! É uma afronta à população trabalhadora, que paga impostos altíssimos enquanto políticos e empresários corruptos se enriquecem sem qualquer consequência.
“Outro símbolo da impunidade, em 2024, foi a suspensão e renegociação das multas aplicadas às empresas investigadas pela Lava Jato e que confessaram macrocorrupção. Cumprido o primeiro objetivo dos corruptos de se livrarem todos da prisão, avança o segundo objetivo de se livrarem das multas e até mesmo recuperarem o dinheiro que roubaram e foi confiscado — o que parecia apenas uma piada de mau gosto, começou mesmo a acontecer no Brasil de 2024…. Renegociação de acordos de leniência para beneficiar empresas envolvidas em macrocorrupção, em processos expostos a conflitos de interesses, sem transparência e sem participação das vítimas dos esquemas… Mais uma decisão monocrática do ministro Dias Toffoli com forte impacto de impunidade, desta vez estendendo à Novonor (antiga Odebrecht) a suspensão de pagamentos decorrentes do acordo de leniência firmado pelo Grupo Odebrecht com o Ministério Público Federal… Arquivamentos e anulações em série, determinadas pelo STF, de casos de macrocorrupção decorrentes da anulação de provas produzidas pelo acordo de leniência do Grupo Odebrecht… Inércia de 17 meses do STF diante da apreciação pendente do recurso do procurador- como a palavra “procurador” já ficou com hífen na linha de cima, pode tirar esse aquida República, Paulo Gonet, contra a decisão monocrática do ministro Dias Toffoli que anulou todas as provas do acordo de leniência da Odebrecht, que tratou do maior esquema de corrupção transnacional da história e está produzindo efeito sistêmico e internacional de impunidade… ↓Episódios reiterados de conflito de interesse de magistrados, principalmente em julgamentos envolvendo bancas de advogados de parentes e em eventos cada vez mais frequentes de lobby judicial, como o Fórum Jurídico de Lisboa (“Gilmarpalooza”) e similares”
Novo PAC e Petrobras
A situação é tão grave que a Transparência Internacional aponta o silêncio do presidente Lula sobre o tema, a falta de transparência no Novo PAC e a crescente ingerência política na Petrobras como fatores que contribuem para a piora da percepção da corrupção no país.
“Falta de transparência e condições de controle social adequadas no Novo PAC, um ano após seu lançamento… Percepção de crescente ingerência política na Petrobras, reforçada por acordos e investimentos questionados pelo corpo técnico e por indicação para o Conselho de Administração em alegada violação à Lei das Estatais”
Além dos impactos econômicos negativos, como a desconfiança de investidores estrangeiros, a situação abala a credibilidade do Brasil nas relações internacionais. É importante que o país adote medidas integradas e alinhadas de combate à corrupção. A corrupção drena recursos que deveriam ser investidos em áreas essenciais como saúde, educação e segurança, perpetuando a desigualdade e a miséria. Esse cenário catastrófico é um reflexo da completa falta de compromisso das nossas lideranças com a transparência e a ética na administração pública.
Brasil na UTI da Corrupção: É Hora de Agir!
Defendo transparência, proteção e o fortalecimento dos órgãos de controle para virar esse jogo! Como senador, tenho me dedicado à elaboração e apresentação de propostas de lei de combate à corrupção que visam endurecer as penas e modernizar os mecanismos de controle. A corrupção mina a confiança pública e prejudica o desenvolvimento do nosso país. Acredito firmemente que a transparência é a base de uma gestão pública eficiente e honesta, e que a proteção e o fortalecimento dos órgãos de controle são essenciais para mudar o rumo do país e garantir que os recursos públicos sejam utilizados em benefício de toda a sociedade. Por isso, meu compromisso é garantir que os mecanismos de fiscalização sejam robustos e eficazes, promovendo uma gestão pública íntegra e responsável. Com isso, visamos construir uma sociedade mais justa, honesta e próspera, onde a cidadania e a ética prevaleçam.
Ação e integridade: propostas inovadoras para um Brasil mais transparente
Senador Astronauta Marcos Pontes (PL/SP) na tribuna, onde discursou sobre sua candidatura à presidência do Senado.
Conheça minhas principais iniciativas, no Senado, no combate à corrupção no país.
1- PL 1712/2024: Combate às fake news no setor público.
Inclui no rol do Art. 9º da Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950 a divulgação de informações falsas como crime contra a probidade na Administração Pública. Ao longo da história, observa-se que a credibilidade dos líderes é diretamente proporcional à sua aderência à verdade. Portanto, a introdução dessa nova figura entre os crimes de responsabilidade visa consolidar um ambiente de integridade intransigente no topo da hierarquia política do país. Esta proposta pede um governo livre de falsidades e instaura um marco regulatório que, se aprovado, poderá redefinir os padrões de conduta no serviço público, contribuindo para um legado de integridade e respeito mútuo entre o Estado e a sociedade. A matéria foi aprovada na Comissão de Defesa da Democracia (CDD) do Senado e, atualmente, aguarda designação do relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ)
2- PL 3174/2023: Gestão fiscal Responsável
O projeto de lei visa estabelecer a composição e o funcionamento do Conselho de Gestão Fiscal (CGF), conforme previsto no artigo 67 da Lei Complementar nº 101/2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A proposta surge em resposta à análise da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que identificou que a ausência de um conselho intergovernamental para supervisionar as contas públicas compromete a política fiscal brasileira. A criação do CGF busca aprimorar as instituições fiscais do país, em um contexto de crise econômica e fiscal, onde as regras fiscais e orçamentárias existentes não foram suficientes para evitar o colapso das contas públicas, especialmente nos estados. A medida também está alinhada com as recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI), que aponta que a falta de um conselho fiscal dificulta a implementação de normas apropriadas e o monitoramento eficaz das estatísticas fiscais em todos os níveis de governo. Um projeto de lei (PLP 220/20) em tramitação na Câmara dos Deputados define a composição e o funcionamento do CGF, prevendo a integração de representantes dos órgãos de controle externo da União, estados, Distrito Federal e municípios, com o objetivo de harmonizar e coordenar as contas públicas. A matéria encontra-se hoje na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) do Senado.
3- PLP 154/2023: Riquezas nacionais com destinação clara
Garantir a transparência na distribuição de recursos da exploração de petróleo e gás natural, fortalecendo a fiscalização. Na nossa Federação, constata-se a existência de municípios que dependem das receitas de participações governamentais para bancar o salário de funcionários públicos ou outros gastos correntes. Portanto, se não é possível carimbar a destinação dessa fonte de receitas para gastos que beneficiam futuras gerações como acontece com os investimentos públicos, ao menos devemos garantir que a sociedade conheça a natureza econômica desses gastos. A boa gestão dos recursos públicos é aquela que preza a transparência, no intuito de prevenir riscos e corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas. O petróleo é nosso, mas não é eterno. A matéria está na Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado.
4- PLP 161/2023 – Publicação de decisões financeiras
Altera a Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, para definir regras de publicação da íntegra de reuniões do Conselho Monetário Nacional, quando decorridos cinco anos da data de encerramento da reunião respectiva, promovendo o accountability. A divulgação das transcrições das reuniões, com prazo estabelecido para evitar prejuízos à política monetária, permitirá analisar os argumentos e dados utilizados nas decisões, contribuindo para o aprimoramento da gestão macroeconômica. O acesso a esses registros, confrontados com dados estatísticos e técnicos, enriquecerá a análise empírica das Ciências Econômicas e, ao mesmo tempo, garantirá a transparência sem comprometer a sinceridade das opiniões e a efetividade da política monetária. A matéria aguarda indicação de relator na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
5- PRS 87/2023 – Facilitando investigações
Simplifica a criação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), fortalecendo a fiscalização do Congresso. Recentemente, a prática de diversos parlamentares em apoiar a criação de CPI, mas, em seguida, retirar as suas assinaturas do requerimento de sua criação tem comprometido a credibilidade desse eficiente mecanismo de fiscalização, bem como prejudicado a imagem do Congresso Nacional. Neste sentido, este projeto impede a retirada ou a conversão de assinatura de Senador, preservando assim a eficiência desse instrumento constitucional e a atuação do parlamento brasileiro. O projeto aguarda despacho do Plenário do Senado.
6- PL 1914/2023 – Transparência nas decisões públicas
Altera a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, para dispor sobre o dever de motivação dos atos administrativos de caráter normativo no âmbito da Administração Pública federal. O projeto garante que todos os atos administrativos normativos tenham justificativa clara, aumentando a transparência no setor público. O projeto foi aprovado na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) e aguarda designação de relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
7- PL 3489/2023 – Corrupção durante pandemias
Agrava as penas para crimes de corrupção em situação de emergência sanitária, protegendo os recursos de saúde pública. Altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, para agravar as penas dos crimes de peculato, concussão, corrupção passiva e corrupção ativa, quando a conduta tiver impacto sobre ações de enfrentamento de pandemia ou epidemia, enquanto esta perdurar. No Brasil, os serviços públicos, que já são prestados de forma deficiente pelo Estado, tornaram-se ainda mais deficientes tendo em vista os atos de corrupção e desvio de verbas destinadas ao enfrentamento das mazelas trazidas pela pandemia. Nessas circunstâncias, a apropriação, a subtração ou o desvio de recursos públicos destinados ao enfrentamento da pandemia mostra-se de elevadíssima repugnância e reprovação social, sendo o desvalor destas ações ainda maior do que o dos crimes dolosos contra a vida. Com efeito, a subtração desses recursos implicará, invariavelmente, em mortes em larga escala. Por isso, a proposta é agravar as penas cominadas para os crimes da forma como foi descrito. A pena sugerida, de reclusão, de dez a vinte anos, e multa certamente será suficiente para a prevenção e repressão do delito. A matéria foi aprovada na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e aguarda designação de relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado.
8- PRS 30/2020 – Segurança e Cooperação Internacional
Institui o Grupo Parlamentar Brasil-OCDE de Segurança e Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro. O Poder Legislativo brasileiro haverá de beneficiar-se da troca de impressões e de experiências com base em recomendações da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), além de identificar e comparar as melhores práticas preconizadas pela OCDE e seus resultados nos respectivos países e promover e consolidar a cooperação parlamentar internacional. A criação de um grupo parlamentar Brasil/OCDE propiciará ao parlamento brasileiro importante experiência no campo da diplomacia parlamentar, ao mesmo tempo, contribuindo para a consolidação de uma cooperação crescente e mutuamente benéfica entre membros do Congresso Nacional e dos parlamentos dos Estados Partes da Organização. O projeto foi aprovado na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) e aguarda designação de relator na Comissão Diretora do Senado (CDIR).
Compromisso inabalável: ações concretas no Senado para combater a corrupção
Além da elaboração e votação de leis, a atuação em prol da transparência e do fortalecimento dos órgãos de controle não se limita a isso. Tenho promovido audiências públicas que envolvem a participação ativa da sociedade civil, garantindo que as vozes da população sejam ouvidas. Realizo reuniões diárias em meu gabinete com pessoas interessadas nas questões abordadas, o que enriquece o debate e a troca de ideias. Adicionalmente, organizo encontros periódicos com prefeitos e gestores municipais, onde escuto atentamente suas reclamações e sugestões, buscando soluções efetivas para aprimorar a atuação do poder público em todos os níveis e a garantia que as políticas públicas cheguem de forma eficiente à população.
Essa interação constante visa aprimorar a atuação do poder público, assegurando que as necessidades e anseios das comunidades sejam considerados nas decisões legislativas e administrativas. Esses esforços são fundamentais para garantir uma gestão pública mais eficaz e responsável. Empenho-me em restaurar a integridade e intensificar o combate contra a corrupção com medidas legislativas e políticas públicas.
Foi com grande responsabilidade e compromisso que me candidatei à presidência do Senado Federal. Havia (e ainda há) uma grande necessidade de combater questões críticas que afetam a nossa sociedade, especialmente a corrupção no setor público. A corrupção é um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento e à justiça social. Meu objetivo será sempre implementar políticas que promovam a transparência e a responsabilidade em todas as esferas do governo.
A tecnologia a favor da integridade
Podemos destacar, diante dessa situação, que existem ferramentas tecnológicas que podem desempenhar um papel importante no combate à impunidade e à corrupção na política.Investir em sistemas avançados de análise de dados, blockchain e inteligência artificial para monitorar e identificar padrões suspeitos são ótimas possibilidades para rastrear fluxos de recursos públicos e transações financeiras. Ferramentas digitais de denúncia anônima também são estratégias positivas para permitir que o cidadão denuncie atividades corruptas de maneira segura. Sem esquecer que a automação minimiza as oportunidades de suborno e fraudes. Diferentes tecnologias podem fornecer opções eficientes de vigilância e controle, a fim de garantir a integridade das operações em todas as esferas de governo.
Inteligência Artificial no setor público
Um exemplo disso é a iniciativa do TCU em usar tecnologia de Inteligência Artificial generativa conectada aos sistemas internos para atender todos os servidores e colaboradores. É um dos primeiros órgãos públicos a oferecer esse avanço, transformando algumas práticas internas para fortalecer o controle externo. A ferramenta se chama ChatTCU que apoia diversas atividades, analisa documentos, faz pesquisa jurídica, traduz e realiza consultas administrativas, dentre outras tarefas. Isso faz com que tarefas complexas estejam sob o controle dos servidores e auditores conectados ao conhecimento da tecnologia para ter insights para determinada fiscalização de forma mais rápida, eficaz e padronizada. O Tribunal de Contas da União vem realizando investimentos na área de IA desde 2016 para melhorar sua atuação no controle externo. Alice, Monica, Adele, Sofia, Carina, Ágata e Marina não são nomes femininos, nesse caso, mas de robôs que atuam dentro do tribunal usando a IA.
ALICE (Análise de Licitações e Editais)
MONICA (Monitoramento Integrado para o Controle de Aquisições)
ADELE (Análise de Disputa em Licitações Eletrônicas)
SOFIA (Sistema de Orientação sobre Fatos e Indícios para o Auditor)
CARINA (Crawler e Analisador de Registros da Imprensa Nacional
ÁGATA (Aplicação Geradora de Análise Textual com Aprendizado)
MARINA (Mapa de Riscos nas Aquisições)
Essas ferramentas aumentaram a produtividade dos profissionais executando trabalhos de análise em diversas áreas como licitações, análise textual, monitoramento de aquisições, análise de orçamentos, disputas em licitações eletrônicas, análise de riscos, entre outras.
Uso de dados nas contratações públicas
O uso de dados nas contratações ganhou seu espaço na administração pública. ALICE conquistou a Premiação Agilidade Brasil 2024 ao otimizar o processo de auditoria de contratações públicas. Assim, o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre a Secretaria de Gestão e Inovação do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (Seges/MGI) e a Controladoria-Geral da União (CGU) foi reconhecido nacionalmente. O Robô Alice atua na identificação de riscos e inconsistências em licitações, emitindo alertas preventivos para auditores, o que tem resultado na suspensão ou cancelamento de contratações que totalizam mais de R$ 2,08 bilhões entre 2019 e 2023. A Premiação Agility Brasil visa considerar projetos inovadores que utilizam métodos ágeis no setor público. Com essa conquista, o “MGI case CGU” foi incluído no Ranking dos Cases mais Ágeis do Brasil, reforçando a imagem de inovação e eficiência das instituições envolvidas.
Imagens via satélite para fiscalização de obras públicas
O Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) realizou duas parcerias com órgãos do Governo Federal para utilizar imagens de satélites nas fiscalizações de obras públicas.
A primeira envolve a adesão à Rede Mais Brasil, gerenciada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, que permitirá ao TCE-PR acessar diariamente imagens da constelação PlanetScope, composta por mais de 180 satélites, sem custo adicional. Essas imagens auxiliam na fiscalização de obras em todo o estado. A segunda parceria será um Protocolo de Intenções com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que possibilitará o compartilhamento de conhecimentos e tecnologias relacionadas a imagens de satélite por um período de dois anos. Essa colaboração se baseia em uma experiência anterior bem-sucedida entre o TCE-PR e o INPE, onde as imagens foram utilizadas em um projeto piloto para monitoramento de obras.
As vantagens desta iniciativa incluem a capacidade de acompanhar a evolução das obras em tempo real, monitorar locais de difícil acesso e economizar recursos públicos, já que as imagens são fornecidas gratuitamente pelo INPE.
Senador Astronauta Marcos Pontes (PL/SP) ao lado do Senador Flávio Arns (PSB/PR) em vídeo de agradecimento ao recebimento da Comenda Barão do Serro Azul
Em 2021, durante a minha gestão como Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, tive a honra de formalizar este contrato entre o TCE-PR e o INPE. Tal iniciativa inspirou outros estados e levou à redução dos gastos públicos. Fomos finalistas do Prêmio Innovare 2022 pelo aprimoramento da justiça no Brasil, levando o Tribunal ser referência no setor. Em 2023, recebi a comenda Barão do Serro Azul, uma homenagem do TCE-PR pela inovação concedida. É uma felicidade e inspiração ter participado desse processo.
Iniciativas nos gabinetes
Ainda como ministro, instituiu em seu gabinete um Formulário de Projetos, visando promover maior transparência na destinação de recursos públicos. O objetivo era estabelecer critérios mais claros e rigorosos, exigindo uma planilha orçamentária detalhada, um resumo executivo conciso, estudos técnicos pertinentes, plantas baixas e outros documentos essenciais para a elaboração de projetos de qualidade. Isso significa que o gestor pode ter a iniciativa de ser responsável e eficaz pela a administração de seus recursos e incentivar a elaboração de propostas mais estruturadas e fundamentadas, contribuindo para um uso mais eficiente do dinheiro público.
Basta de corrupção! O Brasil merece mais
Os resultados divulgados pela Transparência Internacional são um duro golpe para a nossa imagem e um reflexo preocupante da realidade que vivemos.
Diante desse cenário desolador, é imprescindível que nós, como sociedade, nos mobilizamos para exigir ações concretas do governo no combate à corrupção. É preciso fortalecer os órgãos de controle, aumentar a transparência na gestão pública e garantir a punição exemplar dos corruptos.
Não podemos aceitar que o Brasil permaneça entre os países mais corruptos do mundo. Sem medidas concretas e uma mudança de atitude por parte das autoridades, o Brasil continuará a ser visto como um país onde a corrupção é a norma, não a exceção. Precisamos de leis mais rigorosas, fiscalização eficiente e punições exemplares para os corruptos. Eu tenho feito minha parte no Senado.
Não podemos permitir que a corrupção continue a corroer o futuro do nosso país. A indignação é generalizada, e com razão. O Brasil merece e precisa de um sistema político e jurídico que efetivamente combata a corrupção e promova a integridade, garantindo assim um futuro mais justo e próspero para todos os seus cidadãos. A luta por um Brasil mais justo e íntegro é um dever de todos nós.
Basta de impunidade! Basta de corrupção! O povo brasileiro e a riqueza brasileira merecem respeito. É preciso recuperar a dignidade da nossa nação!