domingo, 2 de fevereiro de 2025

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Brasil, uma oportunidade perdida?

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A política exige coragem. Exige compromisso. Exige a disposição de enfrentar adversidades para transformar discursos em ações concretas. A eleição para a presidência do Senado foi mais do que uma disputa; foi a chance de definir o rumo do Congresso e, consequentemente, do Brasil. Infelizmente, perdemos essa oportunidade de mudança.

Desde que fui eleito senador, assumi um compromisso com os mais de 10 milhões de brasileiros que confiaram em mim para representá-los. Não foi para ser figurante, não foi para assistir de braços cruzados a inércia institucional que impede o avanço das pautas que a população clama há anos. Minha candidatura à presidência do Senado não foi um projeto pessoal, mas sim um ato de coerência com os princípios que me trouxeram até aqui.

O Brasil vive um momento crítico. Em meio a decisões que afetam a liberdade de expressão, os direitos individuais e o equilíbrio entre os Poderes, o Senado deveria ser um contrapeso sólido, capaz de garantir que os pedidos de impeachment não ficassem engavetados e que temas como a anistia dos manifestantes perseguidos fossem debatidos. Infelizmente, essa eleição reforçou um cenário onde a política muitas vezes se curva à acomodação, ao invés de buscar soluções reais para as demandas populares.

Me mantive na disputa porque acredito que a direita precisa disputar espaços de poder real e não apenas aceitar acordos que limitam sua atuação. Como dizia Ruy Barbosa, “Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado!” A pergunta que deixo é: se a direita nunca ousar disputar, como um dia pretende ocupar o comando do Senado?

Meu respeito ao ex-presidente Jair Bolsonaro permanece inabalável. Foi ele quem me trouxe para a política e me deu a oportunidade de servir ao país como ministro. Mas, assim como ele disputou quatro vezes a presidência da Câmara para defender suas convicções, também tive o dever de seguir o caminho que julguei ser o mais correto. Amigos verdadeiros não precisam concordar em tudo, mas sempre querem o melhor um para o outro.

O meu partido, o PL, tomou a decisão de apoiar outro candidato. Respeitei e continuo respeitando a decisão, mas sempre defendi que ser leal não significa ser submisso. Antes de anunciar minha candidatura, conversei com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que compreendeu que minha candidatura era independente, mas alinhada com os valores da direita. Nunca houve afronta de minha parte, mas sim uma divergência estratégica dentro de um mesmo objetivo maior de fortalecer nossas pautas e ampliar o espaço da direita no Senado.

Agora, a eleição passou, e seguimos juntos. Terminada essa disputa, é hora de olhar para frente e colocar em andamento as pautas que defendi durante a campanha, que compreendo serem também do meu partido e de grande parte do Senado. A política exige maturidade, e meu compromisso sempre foi e continuará sendo com o Brasil.

Esse compromisso não se limita apenas às pautas que mobilizam a direita, mas a um Brasil que precisa avançar em ciência, tecnologia, educação, saúde, sustentabilidade ambiental e econômica. Basta olhar para os preços dos alimentos, dos combustíveis, da energia – e quem mais sofre com isso é a população menos favorecida. O crescimento sustentável e a inovação tecnológica não são apenas bandeiras teóricas; são caminhos reais para reduzir desigualdades e melhorar a vida dos brasileiros. Nos últimos dois anos, apresentei mais de 300 proposições voltadas para esses temas essenciais ao desenvolvimento do país. E não podemos parar. A pesquisa científica, a modernização da indústria e o incentivo ao conhecimento são fundamentais para garantir um Brasil mais forte e competitivo para as próximas gerações.

O momento agora é de união, para que possamos trabalhar juntos na defesa da democracia, do equilíbrio entre os Poderes e do fortalecimento do Senado como um espaço de verdadeira representatividade popular. A política não se faz apenas com embates ideológicos, mas com soluções concretas.
A coragem para enfrentar desafios continua sendo minha bússola. E, acima de tudo, meu compromisso com o Brasil segue intacto.

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