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Entenda o acordo do Brasil com empresa de internet via satélite concorrente de Musk

CCTV/Inside Outer Space screengrab

SpaceSail projeta ampliar o número de satélites na órbita da Terra

O governo brasileiro deu o primeiro passo para expandir a conectividade em áreas remotas ao assinar um acordo de cooperação com a SpaceSail , concorrente chinesa da Starlink , de Elon Musk . A assinatura ocorreu nesta terça-feira (19), em Brasília, e marca o início de estudos para avaliar a demanda por internet via satélite no país.  

Segundo informações do Estadão Conteúdo ,  a parceria entre a SpaceSail e a Telebras prevê o mapeamento de cenários para levar internet a regiões onde a fibra óptica ainda não chega, como áreas rurais. O objetivo é analisar a viabilidade de futuras parcerias e investimentos que possam viabilizar a inclusão digital nessas localidades.  

“Este é apenas um primeiro passo. Ainda estamos em fase de estudos para compreender como essa tecnologia pode beneficiar a conectividade no Brasil”, informou o governo.  

Como funciona a tecnologia da SpaceSail

A SpaceSail utiliza um sistema de satélites de órbita baixa (LEO, na sigla em inglês), que operam a cerca de 2 mil km da superfície terrestre e se movimentam de forma sincronizada com a rotação da Terra. A tecnologia permite uma cobertura global com resposta rápida, ideal para serviços de internet de banda larga.  

Essa abordagem é similar à utilizada pela Starlink, de Elon Musk, e pela E-Space, empresa francesa do mesmo setor. No entanto, enquanto a SpaceSail ainda planeja expandir sua constelação de satélites, a Starlink já assegurou contratos milionários no Brasil, incluindo um acordo de R$ 103,2 milhões para fornecer kits de acesso à internet para o Exército em estados como Amazonas, Roraima e Pará.  

Com a entrada da SpaceSail no mercado, o Brasil busca diversificar os fornecedores de internet via satélite e fomentar parcerias que ampliem o acesso digital em áreas isoladas do território nacional.

Segundo informações da Bloomberg, o governo federal também ofereceu a Base de Alcântara, no Maranhão, como possível local para o lançamento dos satélites da SpaceSail.

Embora a empresa chinesa tenha atualmente 36 satélites em órbita, a expectativa é de que esse número chegue a 600 até o final de 2025, uma fração dos mais de 4 mil satélites que compõem a constelação da Starlink.  

Investimento no Brasil

Além disso, o Brasil firmou um acordo com a Administração Nacional de Dados da China para trocar informações sobre mercados digitais e coordenar ações em fóruns internacionais.

O órgão chinês é responsável por desenvolver padrões para a economia digital do país e promover iniciativas como cidades inteligentes e infraestrutura digital.  

A cooperação é resultado de uma visita oficial à China realizada em outubro pelo ministro das Comunicações, Juscelino Filho. Segundo a pasta, o objetivo foi “abrir oportunidades comerciais e tecnológicas e buscar investimentos no Brasil”. Durante a viagem, o ministro visitou as sedes da SpaceSail e da Galaxy Space, conforme publicado pelo The Economist.  

Para iniciar operações no Brasil, previstas para 2026, a SpaceSail precisa de autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e de um registro formal (CNPJ) no país. 

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