A definição de uma política nacional mais integrada é urgente para promover a competitividade e a expansão do gás natural no país. É o entendimento de especialistas de setores privados e agentes públicos que participaram de dois dias de debates no 1º Seminário de Gás Natural de Mato Grosso do Sul.
Fechando os dois dias de intensas discussões e alinhamento de estratégias, a Agência Estadual de Regulação (AGEMS), reguladores e distribuidoras de diversos estados e profissionais que atuam no setor energético trataram da situação atual do mercado de gás no Brasil e dos obstáculos que limitam seu desenvolvimento.
Para Diogo Romeiro, do Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura – CERI/ FGV, as novas fronteiras de exploração que estão chegando fazem de Mato Grosso do Sul um estado estratégico, por isso foi importante a AGEMS liderar esse debate. “Foi muito enriquecedor a gente ter vários atores mostrando a evolução que a indústria pode percorrer. Mato Grosso do Sul tem hoje o gás como um importante componente de sua receita, está começando uma campanha de exploração super relevante, e temos um cenário envolvendo mudanças no fornecimento de gás da Bolívia. Somado a isso, temos todo o potencial do biometano e o trabalho de regulação que vem sendo feito”, enumerou.
“Estamos vivendo um momento de muita complexidade, e foi importantíssima a reunião de tantos especialistas para uma discussão mais profunda e abrangente, já com soluções e encaminhamentos que são essenciais para as distribuidoras e a indústria de gás no Brasil”, afirmou Walter Fernando Piazza Junior, diretor da ES Gás, distribuidora privada do Espírito Santo.
“Nós pudemos discutir os entraves para a indústria do gás, que são muitos, por ser uma indústria relativamente recente no país do ponto de vista regulatório. É muito importante para podermos avançar em normas e práticas que possam permitir novos investimentos”, afirmou o coordenador de Regulação da Eneva, Lucas Netto.
A empresa está começando a prospecção sísmica para descoberta de reserva de gás em região de Mato Grosso do Sul, e, conforme o representante, se isso for bem-sucedido, como foi no Maranhão e em outros estados em que a Eneva atua há mais de uma década, “será mais um dos motores de desenvolvimento do Mato Grosso do Sul”.
Para as áreas técnicas e institucional da AGEMS, o 1º Seminário deixa um saldo positivo de contribuições compartilhadas, no momento em que a Agência trabalha com projetos fundamentais de regulação do gás. Ao encerrar o evento, o coordenador, diretor de Gás, Energia e Mineração, Matias Gonsales, destacou a diversidade de novas informações, conceitos e tecnologias apresentada.
“O objetivo foi alcançado, de colocar em foco as oportunidades, as polêmicas, as dificuldades e a busca de soluções por cada player envolvido no setor. Aqui no estado nós estamos atuando junto ao governo para a renovação do contrato da distribuidora, e tudo o que foi debatido faz parte desse contrato”, analisa o diretor. “O modo de comercialização e de entrega do gás, novos modelos de negócio, tudo tem que estar conectado ao mundo atual, diferente do que foi há 30 anos”.