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Rússia é acusada de estar por trás de vídeo falso sobre eleições nos EUA

Logan Cyrus

Os dois principais candidatos às eleições de 5 de novembro nos EUA: o ex-presidente republicano Donald Trump e a vice-presidente democrata Kamala Harris

Logan Cyrus

Autoridades de inteligência dos Estados Unidos acusaram a Rússia nesta sexta-feira (1º) por um vídeo falso de um imigrante haitiano que afirma ter votado várias vezes, a última de uma série de campanhas de desinformação na reta final das eleições da próxima semana.

Os Estados Unidos estão em alerta máximo para uma possível avalanche de manipulações por parte de atores alinhados com o Kremlin nos últimos dias de uma disputa polarizada entre o candidato republicano, Donald Trump, e a vice-presidente e candidata democrata, Kamala Harris.

O secretário de Estado da Geórgia, um estado-pêndulo, disse que o vídeo mostrando um imigrante haitiano que diz ter dado vários votos em Harris era um exemplo de “desinformação direcionada”.

No clipe de 20 segundos, um homem declara, de forma forçada e robótica: “Somos do Haiti. Viemos para os Estados Unidos há seis meses e já temos nossa cidadania americana; votaremos em Kamala Harris.”

Brad Raffensperger disse que o vídeo, “obviamente falso”, era provavelmente uma produção de “fazendas russas de trolls”, enquanto funcionários da inteligência americana culparam diretamente os “influenciadores russos”.

Em uma declaração conjunta, o Escritório do Diretor de Inteligência Nacional, o FBI e a Agência de Segurança de Infraestrutura e Cibersegurança indicaram que esse foi “um esforço mais amplo de Moscou para levantar questões infundadas sobre a integridade das eleições americanas e alimentar divisões entre os americanos”.

Pesquisadores de desinformação já destacaram um esforço multifacetado para semear o caos e influenciar os eleitores antes das eleições de 5 de novembro: de contas de robôs pró-russos na rede social X a sites pró-Kremlin disfarçados de mídia noticiosa.

Darren Linvill, especialista em desinformação da Universidade Clemson, apontou que o vídeo mais recente tinha o selo da rede de propaganda russa Storm-1516, um grupo que ele estudou de perto.

“É importante observar que eles também usam prováveis atores da África Ocidental, muitas vezes recrutados na área de São Petersburgo”, disse ele à AFP.

– “Agentes dormentes” –

De acordo com os pesquisadores, a Storm-1516 já produziu anteriormente vídeos falsos para desacreditar a campanha de Kamala, inclusive com uma denúncia infundada de agressão sexual contra seu colega de chapa, Tim Walz.

Na semana passada, o grupo foi vinculado a um vídeo viral que mostrava falsamente a destruição de cédulas de voto por correio para Trump no estado decisivo da Pensilvânia.

O Centro de Análise de Ameaças da Microsoft alertou no mês passado que agentes russos estavam intensificando seus esforços para difundir vídeos conspiratórios e difamar a chapa democrata.

Outros esforços para semear inverdades incluem centenas de sites pró-Kremlin disfarçados de veículos americanos de notícias que estão alimentando uma explosão de narrativas eleitorais polarizadas ou falsas.

Em setembro, o Departamento de Justiça acusou dois funcionários do meio RT, patrocinado pelo Estado russo, de canalizar cerca de 10 milhões de dólares através de uma rede de empresas fantasmas para influenciadores americanos pró-Trump de destaque.

Influenciadores conservadores como Benny Johnson e Tim Pool, que têm um grande número de seguidores nas redes sociais, reconheceram que faziam parte do plano, mas negaram estar cientes da fonte de financiamento.

Segundo o American Sunlight Project, um grupo de pesquisa de desinformação com sede em Washington, centenas de contas de robôs aparentemente pró-russas no X estavam promovendo informações errôneas sobre as eleições e amplificando narrativas falsas sobre Kamala Harris.

O grupo chamou essas contas de “agentes dormentes”, por terem passado despercebidas durante anos.

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