sexta-feira, 22 de novembro de 2024
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Venda de fazenda dedicada à pesquisa do café ameaça futuro da cultura, fiz Faesp

A possível venda de parte da Fazenda Santa Elisa, pertencente ao Instituto Agronômico de Campinas (IAC), preocupa a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp).

Por meio do presidente da entidade, Tirso de Salles Meirelles, foi enviado um ofício ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, enfatizando a apreensão sobre o negócio.

A transação faz parte de estudos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado para avaliar a viabilidade comercial de áreas pertencentes à pasta.

Herança genética do café

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A Faesp argumenta que a propriedade abriga um dos mais importantes bancos de germoplasma de café do Brasil e do mundo.

“Trata-se de uma área que reúne todo o conjunto de material genético que compõe a base da herança genética do café no país, o que, segundo o documento enviado ao governador, é fundamental para a continuidade das pesquisas e desenvolvimento de novas variedades da cultura”, diz a nota.

Segundo a Federação, a Fazenda Santa Elisa tem papel central diante da importância histórica do café no fortalecimento da economia nacional, uma vez que “90% das cultivares de café produzidas no Brasil são resultado de pesquisas realizadas nesta unidade do IAC”, conforme consta no ofício.

“Vale destacar que o café da Colômbia, que é uma referência no mercado internacional, é fruto das pesquisas do IAC. O Instituto faz um trabalho grandioso, que precisa ser preservado. Temos expectativa de que o governador reveja essa proposta”, afirmou Meirelles.

Transferência da pesquisa

A venda da área impacta a sustentabilidade e competitividade da cafeicultura brasileira, adverte a entidade.

“Além disso, a Faesp avalia que a eventual transferência das pesquisas para outra localidade seria um processo dispendioso e demorado, comprometendo os avanços científicos em desenvolvimento. A entidade defende que decisões sobre a venda de bens públicos considerem não apenas os aspectos financeiros, mas também os impactos sociais, econômicos e ambientais a longo prazo”.

Por fim, o ofício solicita ao governador que reconsidere a possibilidade da venda da área e que preserve a unidade de pesquisa do IAC.

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