A semeadura da safra 2024/25 de milho seguiu avançando durante a semana passada. Agora, atinge 16,2% da área destinada à cultura no país, conforme balanço da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em mesmo período do ano passado, 18,3% estava plantado.
Já a colheita do cereal norte-americano prossegue com evolução satisfatória. De acordo com o USDA, 14% da área total já foi trabalhada pelas máquinas, contra 11% da média dos últimos cinco anos. O órgão aponta que as produtividades estão satisfatórias.
Em Chicago, as cotações finalizaram a sexta-feira passada (27) cotadas a U$ 4,17 o bushel (+3,99%), para o contrato com vencimento em dezembro deste ano. Já na B3, o milho subiu 0,80%, valendo R$ 68,39. No mercado físico, o movimento foi misto, com algumas regiões positivas e outras negativas.
Veja análise da plataforma Grão Direto sobre os próximos pontos a serem levados em consideração para esta semana.
O que esperar do mercado?
- Safrinha 2025: em mesmo período do ano passado, regiões como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná já haviam iniciado o plantio da soja. Até o momento, apenas os estados do Sul encontram condições favoráveis para o começo da semeadura. Considerando que a grande maioria dos produtores da oleaginosa plantam a segunda safra de milho, pode-se afirmar que há um risco de diminuição de área do cereal. A extensão dessa redução dependerá do ritmo de plantio da soja, que deve acelerar a partir da segunda quinzena de outubro. Nesse cenário, é possível que haja, ao menos, um suporte nos preços do milho.
- Exportações de milho: de janeiro a agosto de 2023, houve uma queda significativa de cerca de 40% nas exportações de milho, mas o cenário muda quando a média dos últimos cinco anos é analisada. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior, o Brasil teve uma média de exportação de 17,70 milhões de toneladas (janeiro a agosto) no período de cinco anos, contra 17,95 milhões deste ano. “Embora esse número possa mudar até dezembro, não indica um ritmo de exportação preocupante. Os fatores que impulsionaram o ‘Ano Dourado’ nos embarques de milho brasileiro não estão se repetindo, especialmente devido à queda de 60% nas compras da China em relação ao ano passado”, diz o balanço semanal da Grão Direto.
Análise sobre os preços do milho
Para a Grão Direto, as cotações do milho brasileiro devem continuar seguindo a sua tendência de valorização, principalmente pela ameaça do plantio de uma menor área, podendo haver teste da região dos R$ 70,00 do milho campinas cotado na B3 (considerando o contrato novembro – CCMX24).
“Em Chicago, tivemos uma semana positiva, superando a faixa dos US$ 4.00 (considerando o contrato dezembro). Tal região é um ponto técnico importante para entendermos o comportamento do preço que, se mantendo acima deste patamar, podemos considerar um teste dos US$ 4,27 e, caso ocorra rompimento da região, um teste nos US$ 4,40”, afirma o boletim da plataforma.
Portanto, ao se considerar uma possível baixa do milho cotado em Chicago devido à colheita americana – que pode pressionar os preços – tem-se o patamar dos US$ 4,08 como um primeiro alvo de baixa, seguido dos US$ 4,00 e, caso ocorra a perda dos 4 dólares/bushel, a região dos US$ 3,90 poderá ser um suporte importante para o preço.
Por fim, a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) reportou uma leve redução na pressão vendedora com base nas posições líquidas de especuladores, saindo de -66,3K de contratos na semana anterior para -64,2K, uma redução de 2,1 mil contratos.