A partir da próxima terça-feira, 24 de setembro, termina o vazio sanitário na Bahia e os produtores podem iniciar a semeadura da soja na região. Segundo a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri), o estado é o sétimo maior produtor de soja do Brasil, contribuindo com 4,8% da produção nacional e 65% da produção no Nordeste.
Conforme explica Darci Salvetti, presidente da Aprosoja-BA, os produtores estão cientes dos riscos associados ao plantio antecipado, especialmente se a chuva não ocorrer conforme esperado.
“A falta de umidade pode ocasionar diferentes tipos de problemas, como doenças nas plantas e replantio. Isso que acarreta custos ao produtor, considerando que a semente de soja está avaliada entre 5 a 6 sacas”, explica o presidente.
Salvetti salienta que, tecnicamente, os produtores baianos estão preparados, tendo investido em projetos de correção de solo, adubação e melhorias na infraestrutura. O clima na região, caracterizado por longos períodos de sol, favorece a fotossíntese e, consequentemente, a produtividade.
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Semeadura à vista
Os produtores da região estão prontos para iniciar a semeadura assim que as condições de umidade se tornarem favoráveis. Apesar das previsões de altas temperaturas e dos desafios do ano anterior, a confiança na capacidade de adaptação e nas tecnologias disponíveis permanece alta. As máquinas estão preparadas, e os produtores focam em garantir um plantio seguro e produtivo.
O presidente menciona que, na Bahia, alguns agricultores têm utilizado pivôs de irrigação, mesmo enfrentando dificuldades com a disponibilidade de água. Muitos estão planejando um plantio mais seguro, levando em consideração as limitações hídricas.
Ele explica que a estratégia envolve calcular a irrigação necessária para sustentar a cultura por pelo menos 30 dias. A preocupação com a escassez de água é constante, e os agricultores estão adotando medidas para minimizar riscos e maximizar a produtividade, mesmo em situações adversas.
O Soja Brasil também conversou com o vice-presidente da Aprosoja-BA, Jovani Marchezan, que também destaca a cautela dos produtores em relação ao vazio sanitário. Segundo ele, os agricultores estão mais preparados este ano em comparação ao anterior.
“Os que plantam cedo estão mais atentos. Muitos estão planejando a safra de inverno, mas de forma mais conservadora, evitando o risco de plantar 100% da área como no ano passado”, diz Marchezan.
Safra de grãos de 2024
Após a produção recorde de grãos em 2023, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimam uma produção menor de grãos na Bahia, em 2024, devido ao fenômeno El Niño, que afetou negativamente as condições climáticas e prejudicou algumas regiões produtoras no estado
A soja, principal produto, plantado em 2,0 milhões de hectares no estado, deve alcançar 7,53 milhões de toneladas, o que corresponde a uma queda de 0,4% sobre a safra de 2023.