quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

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Especialistas apontam radioterapia mais curta para tratar o câncer de mama

ANNE-CHRISTINE POUJOULAT

Estudo apresentado no congresso da ESMO abre caminho para A redução do tempo de tratamento do câncer de mama por meio da radioterapia

ANNE-CHRISTINE POUJOULAT

A esperança de um tratamento de radioterapia mais curto para as mulheres que sofrem de câncer de mama está ganhando espaço entre especialistas, de acordo com um estudo apresentado no principal congresso mundial de oncologia.

Três semanas de radiação em vez de cinco: este seria o prazo do tratamento anunciado no congresso anual da Esmo, a Sociedade Europeia de Oncologia Médica, realizado em Barcelona até terça-feira (17).

O estudo clínico de fase 3 (para verificar se um novo tratamento é melhor que um tradicional) avaliou 1.265 pacientes durante cinco anos e comparou os efeitos de uma radioterapia padrão de cinco semanas com um novo regime “hipofracionado”, reduzido a três semanas.

Todas as mulheres sofriam de câncer de mama que afetavam os linfonodos, o que significa que o tumor já não está localizado, mas se espalhou pelos gânglios linfáticos.

Algumas das pacientes do estudo receberam doses um pouco mais fortes em cada sessão, mas um calendário reduzido no total.

“A partir de estudos anteriores, sabia-se que a eficácia da radioterapia mais curta era a mesma no caso de um tumor localizado, mas para as mulheres com o linfonodos afetados, não havia até agora nada que demonstrasse que o número de sessões pudesse ser reduzido”, explicou à AFP Sofia Rivera, oncologista-radioterapeuta, chefe de serviço do Instituto francês Gustave-Roussy, que apresentou o estudo.

Para reduzir as sessões para três semanas, a dose de radiação foi ligeiramente aumentada a cada intervenção.

“Quando se trata o peito, mas também os gânglios linfáticos, são abordados volumes muito maiores, que incluem tecidos saudáveis como pulmão, coração ou esôfago”, diz Rivera. Portanto, com uma dose mais forte, temia-se um aumento dos efeitos secundários relacionados ao tratamento.

Mas os resultados dissiparam este receio.

“Temos uma taxa de sobrevivência global, sobrevivência sem recidiva e sem metástase que é ainda melhor” com a terapia “hipofracionada”, afirma a oncologista.

Diante desses dados, é muito provável que a radioterapia mais curta seja proposta também para mulheres com câncer de mama com os gânglios linfáticos afetados, que representa 30% dos tipos da doença.

“Isto significará tratamentos menos pesados; estamos claramente caminhando para uma redução da carga terapêutica. É uma melhora na qualidade de vida”, comemora Rivera, acrescentando que haverá ainda uma redução nas listas de espera, com uma maior rotação do uso das máquinas de radioterapia.

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