Kirill KUDRYAVTSEV
A autoridade irlandesa de proteção de dados, que atua em nome da União Europeia, anunciou nesta quinta-feira uma investigação para determinar se o Google cumpriu a regulamentação europeia ao utilizar dados pessoais dos usuários para desenvolver um modelo de inteligência artificial.
A investigação procura determinar “se o Google cumpriu obrigações”, como fazer “uma avaliação de impacto” para garantir a proteção dos “direitos e liberdades fundamentais das pessoas”, escreveu a Comissão Irlandesa de Proteção de Dados (DPC) em um comunicado.
Estas obrigações derivam do Regulamento Europeu de Proteção de Dados (GDPR), estabelecido em 2018 por Bruxelas para combater o uso não regulamentado de informações pessoais por gigantes da tecnologia.
O alvo da investigação é o modelo de inteligência artificial Pathways Language Model 2 (PaLM 2), lançado pelo Google em 2023 e que teria utilizado dados pessoais em testes.
Em dezembro do mesmo ano, a gigante californiana começou a implantar outro modelo de IA, chamado Gemini, ainda mais avançado.
A autoridade irlandesa de proteção de dados é competente para agir em nome da UE porque a sede europeia do Google fica na Irlanda, como as de muitos gigantes do Silicon Valley.
Em junho, após queixas de 11 países europeus, a empresa americana Meta (proprietária do Facebook e do Instagram) suspendeu um projeto de utilização de dados pessoais de seus usuários para um sistema de IA.